Na emblemátida data de 11/01/2011 o Calçadão da Felipe Schmidt, principal rua de Florianópolis, completa 34 anos. Localizada no Centro Histórico da capital, possui prédios antigos e arquitetura preservada do século XVIII e XIX.
O café Ponto Chic, ou Senadinho como era conhecido popularmente, foi o tradicional ponto de encontro de políticos, jornalistas, futebolistas e mais uma gama de istas da cidade. Centro de fofocas políticas e mundanas, o Senadinho era a caixa de resonância das últimas informações da cidade.
Na frente do Ponto Chic o desenho em petit pavê no chão, que representa um plenário com sete cadeiras, a mesa do presidente e a inscrição "SPQF - Senado Para Qualquer Fofoca".
Texto original postado no: http://cangarubim.blogspot.com/2010/12/34-anos-do-calcadao-da-felipe-schmidt.html
AQUI NÃO!
Nesta mesma época em que Florianópolis construía seu calçadão, embalados pelo sucesso da Rua das Flores em Curitiba, Joinville também projetou e implantou o calçadão na Rua do Príncipe, no pequeno trecho compreendido entre as ruas XV de Novembro e Jerônimo Coelho. A diferença é que tanto Curitiba, Floriánópolis e boa parte das cidades do mundo mantém ou ampliam as áreas exclusivas e preferenciais para pedestres, mesmo que alguns poucos comerciantes reclamem.
Lamentávelmente, aqui em Joinville retiraram o calçadão ao invés de ampliá-lo. Reabriram a passagem para carros e reduziram o espaço para os pedestres, para as feiras, para a animação. Ao invés de modernizarem, melhorarem a infra-estrutura, a iluminação, os equipamentos urbanos, incentivando a manutenção e preservação dos inúmeros prédios históricos escondidos atrás dos outdoors e frontdoors, deram espaço para o tráfego de automóveis. Pior, trouxeram um desenho urbano pobre, copiado e cinza. Tudo porque aqui é diferente. Aqui as coisas são feitas, me parece, para irritar os munícipes. Não há o menor bom senso e nem sequer uma avaliação mais detalhada das mais consagradas tendências ou mesmo da nossa história. São as pressões de grupos ou os favores políticos que norteiam o desenho da cidade.
Não temos nosso calçadão, nem o nosso senadinho, nem os locais que suscintam atratividade, apesar de estarem ali, escondidos, esperando por uma oportunidade para resplandescerem como no passado.
Hoje, nossa Rua do Príncipe e suas vizinhas ruas são lúgrubes, sem árvores, sem luz, inóspitas e sem alma. Muitas cidades no mundo estão a revitalizar e requalificar suas áreas centrais buscando eliminar o tráfego de veículos e proporcionar a atratividade com espaços amplos, seguros, limpos, cheios de arquitetura e novidades. Aqui não!
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