quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

TRANSPORTE PÚBLICO GRÁTIS


Transporte público grátis seria o sonho dos usuários e políticos, pois esta possibilidade teria um impacto direto na mobilidade das cidades, revertendo o nível de compra do veículo particular, reduzindo custos de manutenção urbana, despesas na saúde (acidentes), a emissão de CO2, dentre tantas outras resultantes positivas. Para os políticos seria a anestesia da impopularidade por conta dos aumentos de tarifa e também reduziria a sempre suposta "caixa 2".

Mas a realidade é outra e, se não podemos acalentar o sonho, é possível melhorar a qualidade do sistema de transporte público e reduzir o custo da tarifa usando sabedoria, criatividade e coragem. Por exemplo: Isentar o ISS dobre a tarifa; reverter o lucro da Zona Azul e cobrar dos estacionamentos privados (shoppings e outros) um ISS diferenciado utilizando o princípio “gerador-pagador” a ser revertido em subsídio ao sistema público; reservar 25% do retorno do IPVA e multas de trânsito para subsídio ou investimentos; desenvolver com o BNDES um programa de arrendamento de frota público-privada; etc., etc. Combinadas, as medidas reduziriam a tarifa em, pelo menos, 30%.  

É urgente a adoção políticas públicas e estratégias locais, pois está claro que não virão políticas a nível federal para o setor. Modelagens e inovações são imprescindíveis para atrair os usuários e reduzir o impacto dos veículos particulares na mobilidade das cidades e de forma sustentável. Necessitamos de novos marcos regulatórios e políticas de gestão da mobilidade impondo restrições ao transporte individual combinado a incentivos aos modos não motorizados. Modelos bem sucedidos implantados existem que podem servir e inspiração.

O controle da sociedade sobre o serviço público deve também ser aperfeiçoado visto que o custo operacional é absorvido por tarifas públicas ou impostos.  No Brasil, o transporte coletivo urbano é um serviço público geralmente explorado por concessão e, por isto, é necessário fiscalizar da operação à contabilidade, tornando-o eficiente, transparente, do contrato à formulação da planilha da tarifa. Quanto a gratuidade, creio que devemos evoluir muito nos conceitos básicos que regem este serviço público, pois a fórmula não é simples. Poderíamos pensar no financiamento público assim como existe o SUS, mas é certo que os desvios virão acoplados.

Há muito trabalho a ser feito, pois é certo que o modelo existente está falido, sendo necessário pensar, trabalhar e fazer com que o transporte público venha a ser uma ferramenta do desenvolvimento urbano, destituído das pressões corporativas, tornando-se um equalizador das desigualdades sociais ainda existentes afinal, a única certeza está em quem paga a conta, de uma forma ou de outra.

DIÁRIO DE VIAGEM - BASSANO DEL GRAPPA - INVERNO

BASSANO DEL GRAPPA - ITÁLIA

DIÁRIO DE VIAGEM - VIALE DEI MARTIRI - BASSANO DEL GRAPPA

Viale dei Martiri - Bassano el Grappa - Itália


Cada uma das árvores representa um resistente morto pelos alemães na II Guerra.


QUEM PRECISA DAS SANDÁLIAS DA HUMILDADE?


Um outdoor colocado pelo senador Luiz Henrique da Silveira tem causado certa polêmica por conta dos diversos números 15. A questão não está necesssáriamente nos números, mas como eles foram apropriados,  ludibriando quem recebe a mensagem. Curiosa omissão de informações já usual de quem se destaca mais pela prepotência do que pela humildade.

Aleksandra Tapety diz que: "Só merece ususfruir as vitórias quem reconhece as derrotas".

José Serra, ao discursar para seus correligionários, após reconhecer a derrota nas eleições de 2010, disse: " Respeito a vontade do povo nas ruas através do voto".

São atitudes que diferenciam a magnitude de caráter de um homem que, ao enaltecer suas vitórias, não omite suas derrotas.

Diz-se que a humildade é uma virtude de quem é humilde, quem se vangloria, mostra simplesmente que humildade lhe falta. É nessa posição que talvez se situe a humilde confissão de Albert Einstein quando reconhece que “por detrás da matéria há algo de inexplicável”. (wikipédia)



Da coluna de Jefferson Saavedra - Jornal A Notícia - 30 de dezembro de 2010

15 em 15

Tem coisa curiosa naqueles outdoors de Luiz Henrique para comemorar “15 vitórias em 15 disputas”. LHS teve um mandato como deputado estadual (na eleição, ficou como suplente, mas como assumiu, tudo bem, dá para contar como vitória), cinco como federal e agora um de senador, a ser exercido. Portanto, são sete mandatos no Legislativo.

No Executivo, são três de prefeito e dois como governador. Uma baita carreira, mas a soma dá 12 e não 15. Talvez para chegar ao número do PMDB, foram contabilizados os primeiros turnos de 1996 (prefeito) e de 2002 e 2006 (governador, vencidos por ele em Joinville). É como um time que ganha dois turnos de um campeonato se considerar bicampeão. E a derrota de 1992 na disputa pela Prefeitura ficou fora. (Luiz Henrique perdeu a eleição para Wittich Freitag)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

TERRA URBANA E AS INUNDAÇÕES

"A terra urbana como patrimônio, a terra urbana como ativo financeiro e a terra urbana como mercadoria é o que rege a política urbana em São Paulo. O problema é a concentração de oportunidades de emprego num território restrito, caríssimo e bloqueado para ser compartilhado pelas maiorias. Isso é o que nós temos que mudar. É uma mudança estrutural, e se ela não acontecer, todos os anos veremos o mesmo cenário com as chuvas. Não tratam a terra urbana com a sua função social, de acordo com a Constituição."

Raquel Rolnick sobre as políticas públicas urbanas e a inundações em São Paulo.


Podemos repetir a mesma frase para Joinville onde as recentes mudanças de macrozoneamento e uso do solo irão protagonizar a ocupação de áreas de várzea, antigos arrozais, solos pobres e frágeis, extensas áreas de amortecimento, locais de difícil acesso após a BR 101, áreas de preservação de mangues e outras barbaridades que só são defendidas por uma elite de uma meia dúzia de ricos latifundiários urbanos, sedentos edis e os doutores que hoje comandam a política urbana do município. Teremos aqui novas "Jativocas" mergulhadas sob as águas das cheias sem que apareça algum responsável mas, certamente, surgirão centenas ou milhares de vítimas.

2011 - AUMENTO DE TARIFA DO TRANSPORTE EM JOINVILLE


Ref. Reajuste das Tarifas do Transporte Coletivo de Joinville

A Passebus comunica que a Prefeitura Municipal de Joinville publicou na última 5º feira, o decreto nº 17.355/2010 de 29 de Dezembro de 2010, que reajusta a tarifa do Transporte Coletivo do Município a partir de 00:00h do dia 05 de Janeiro de 2011, passando a passagem normal de R$ 2,30 para R$ 2,55 e a passagem embarcada de R$ 2,70 para R$ 2,90.

O atendimento da Passebus é de Segunda à Sexta-Feira, das 8h às 18h30, sem fechar para o almoço.

Atenciosamente,

PASSEBUS ADMINISTRADORA LTDA
Rua XV de Novembro, 707 Centro
Fone: 047 3431-1300
Fax: 047 3431-1302

O comunicado acima foi encaminhado aos clientes e aos usuários do sistema de transporte coletivo de Joinville, que informa o aumento da tarifa decretada convenientemente no dia 29 de dezembro, quarta-feira, quando a maioria do munícies estava distraída tentando fechar as contas de 2010, em férias ou se preparando para a entrada do ano


Há pouca dúvida que a maior frustação com o governo Carlito Mers  tem sido a falta de ação na aplicação de um política pública para a mobilidade urbana mas, em especial, a oferta de um sistema de transporte público de qualidade. A única ação concreta tem sido o aumento da passagem de ônibus acima dos índices inflacionarios resultante imediata da inoperância dos orgãos de planejamento e gestão e, da inexistência de fiscalização no sistema de transporte coletivo da cidade de Joinville.

O mais recente aumento da passagem sugere muitas perguntas, mas um delas não quer calar: Porque o prefeito distanciou-se da sua mais expressiva luta do passado que foi o transporte coletivo distante de favorecimentos, transparência na aplicação das políticas públicas e um novo marco regulatório para o setor? Neste ponto fomos traídos e, me coloco no bloco dos frustrados que depositou o voto na esperança que Joinville teria uma nova visão para com os serviços públicos essenciais, como é o transporte público.

O aumento da "passagem do ônibus" também aumentará drásticamente o "Custo Joinville", que vai  desde o serviço mais doméstico até os mais importantes empregadores, onerando o custo final da produção e dos produtos em proporções que pode levar o desestímulo da oferta de empregos. Pior, o aumento da passagem incentiva aquisição do transporte individual, especialmente as motocicletas, um meio de transporte que mata diáriamente e torna o nosso Hospital São José caótico e deficitário.

O impacto em aproximadamente 11% na tarifa do transporte coletivo significa para as empresas permissionárias um adicional de quase 2 milhões ao mês na receita operacional sem que nenhum benefício seja garantido adicionalmente ao usuário, que também é cliente. Não há transparência, pois não existe uma planilha que tenha sido colcada à público, e sem este parâmetro ou disposição, surgem muitas perguntas intrigantes.

Por outro lado, o sistema perde passageiros por conta de uma política equivocada ou mais própriamente pela falta dela que, não apresentando inovações, busca  "resolver" a ineficiência com aumento do valor da passagem, ancorando-se em desculpas mais do que esfarrapadas.

A verdade é que o Prefeito inexplicávelmente desinteressou-se pelo tema  e, por consequencia, os gestores de sua confiança mostram-se pouco preparados e cada vez mais  medíocres sem qualquer disposição em resolver esta questão, que é estratégica para o desenvolvimento urbano, para a economia e para a diminuição dos abismos sociais. Muito mais inquietante é apreciar relações e vínculos que se tornam muito delicados aos olhos dos munícipes.

Política de transportete público não é apenas resolver o chamado "equilíbrio economico financeiro", o problema de fluxo de caixa ou a contabilidade dos operadores.  Transporte Público é certamente uma das mais eficazes ferramentas de justiça social quando o objetivo se torna oferecer serviço público digno, confiável, acessível e a preço justo. Porém não é  isto que vai ocorrer nesta administração simplesmente porque não há mais tempo.




SEJAMOS FELIZES EM 2011

                                                                 2011

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa aos 70 anos