sexta-feira, 14 de outubro de 2011

ARQUITETURA, DESIGN DE INTERIORES E DECORAÇÃO.


Qual a diferença entre o arquiteto, o design de interiores e o decorador? É comum contratar serviços de decoração para mudar as características físicas da obra ou projeto. No entanto, há uma delimitação importante entre os profissionais, notadamente quanto à atribuição legal e responsabilidade técnica. Confunde-se decorador, designer de interiores com o arquiteto. A confusão leva a alguns problemas graves relacionados à atribuição legal e responsabilidade civil. É comum ver decoradores ou designers de interiores proporem alterações em paredes, aberturas, ampliações ou demolições. Isto é ilegal. Decoradores e designers não dispõe do diploma legal que os habilitem interferir na obra física. Se houver um acidente, o cliente não terá a quem responsabilizar. Então, quais são os limites de cada um destes profissionais em seus trabalhos?

O Decorador é um profissional que realizou um curso de curta duração ou é um autodidata. Suas atribuições são muito restritas, pois seu conhecimento sobre vários componentes de uma obra é nulo. Sua função restringe-se à escolha de acessórios, móveis ou cores sem que altere fisicamente a obra. Não pode interferir no ambiente nem mesmo no detalhamento de mobiliários cuja atribuição é do designer de interiores.

O Designer de Interiores é o profissional habilitado para atuar em projetos de interiores, auxiliando o arquiteto a resolver os espaços da edificação de forma a atender melhor as necessidades do cliente. Ele entra em cena para complementar o fechamento da obra através da seleção de cores, texturas, revestimentos, projetos de mobiliário, adotando layouts ergonomicamente corretos, pois detém o conhecimento sobre como as pessoas habitam e usam seus espaços.

O arquiteto, por sua vez, tem atribuições técnicas muito qualificadas e especializadas, conferindo-lhe legalidade para atuar em obras, completas ou de reformas. O arquiteto trata da concepção da obra, residencial ou comercial, total ou parcial, das reformas e restaurações, internas e externas, incluindo aberturas, fechamentos, colunas, vigas, escadas e tudo que tenha haver com a relação entre os espaços, sua destinação e usos. Após a intervenção do arquiteto, vem o design de interiores e, por fim, a decoração.

Cartões de vista, portfólios ou anúncios confundem serviços de decoração e design de interiores como sinônimos de arquitetura. O uso do termo arquitetura na decoração se faz tão somente por causa do status e glamour, mas é totalmente ilegal, sujeito a penalidades para quem exerce ou contrata o profissional não legalmente habilitado.

Ao contratar serviços para projetos de obras novas, reformas e restauros, contrate um profissional habilitado, exija uma Anotação de Responsabilidade Técnica – ART. Esta atitude lhe dará segurança técnica e legal. Quando contratar um design de interiores ou um decorador, tenha um arquiteto para supervisionar os trabalhos a fim de garantir a beleza e a segurança da sua obra.
 
Sérgio Gollnick
Arquiteto e Urbanista