sexta-feira, 15 de abril de 2011

Cidades mais Verdes do Mundo

Fonte: Portal EcoDesenvolvimento

Para estimular a adoção de medidas capazes de tornar as cidades da Europa mais sustentáveis e com melhor qualidade de vida para seus moradores, a Comissão Européia lançou um prêmio que irá atribuir todos os anos, a partir de 2010, o título de Capital Verde da Europa.

O prêmio europeu será concebido às cidades com mais 200 mil habitantes que tenham demonstrado atingir um recorde bem definido em termos de elevados padrões ambientais e estejam empenhadas em continuar trabalhando para alcançar objetivos ambiciosos, relacionados com melhorias para o desenvolvimento sustentável.

A ideia de uma Capital Verde da Europa foi originalmente concebida numa reunião em Tallinn, Estônia, em 15 de maio de 2006, por iniciativa do antigo Presidente da Câmara, Jüri Ratas. Trinta e cinco cidades se candidataram ao título de 2010 e oito foram selecionadas. As finalistas foram:

  • Amsterdã (Holanda)
  • Bristol (Reino Unido)
  • Copenhagen (Dinamarca)
  • Fraiburgo (Alemanha)
  • Hamburgo (Alemanha)
  • Münster (Alemanha)
  • Oslo (Noruega)
  • Estocolmo (Suécia)
A vencedora de 2010 já tem nome: Estocolmo, na Suécia. Ela foi escolhida por um painel de peritos ambientais e um júri. A cidade será o exemplo a ser seguido por outras cidades europeias. Já em 2011, o título já está garantido para a alemã Hamburgo.

Entre as ações que tornaram essas cidades lugares tão “verdes” estão a meta de eliminar o consumo de combustíveis fósseis e reduzir as emissões de CO2 em 80% até 2050, a alta qualidade do ar, grande quantidade de áreas verdes e recreativas, planos de preservação da água e excelência em transporte público.

Para vencer, a candidata precisava seguir alguns critérios de escolha. Os dez quesitos incluíam:

  • contribuição local para as alterações climáticas globais
  • sistema de transportes local
  • disponibilização de zonas verdes públicas
  • qualidade do ar
  • poluição sonora
  • gestão e tratamento de resíduos
  • consumo de água
  • tratamento de águas residuais
  • gestão ambiental das autoridades locais
  • ordenamento urbano sustentável

quarta-feira, 13 de abril de 2011

PROJETO DE LEI APÓCRIFO - UM NOVO MODELO IMPLANTADO EM JOINVILLE

APÓCRIFO - Diz-se de um texto, ou de um livro, cuja autenticidade é duvidosa ou suspeita, ou não reconhecida. Documento apócrifo é considerado um documento sem validade e pode ser uma petição, carta, requerimento, (a partir de agora) um projeto de lei,  etc.., que não tenha assinatura.

Neste último dia 12 de abril a Comissão de Urbanismo da Câmara de Veradores de Joinville, presidida pelo vereador Lauro Kafels, colocou em debate, mediante convocação por edital, uma Audiência Pública para discussão de um projeto de lei polêmico e, na minha visão, inescrupuloso, projeto este que nenhum dos veradores da atual legislatura se colocou autori, dando um novo significado no dicionário para a palavra APÓCRIFO, incluindo agora também - projetos de lei sem autoria.

O dito projeto de lei foi apresentado, segundo o vereador presidiente da comissão, em função de um abaixo assinado levado à comissão de urbanismo ao qual preside, por 20 proprietários (aparentemente não moradores) da rua Aquidaban. Para a Audiência, cartas foram encaminhadas pela Câmara de Vereadores, aos moradores da citada rua informando sobre a realização da Audiência Pública para discussão do tal projeto de lei, que propõe alterar radicalmente os índices urbanísticos únicamente desta rua.

Nenhum dos moradores das áreas lindeiras ou das adjacências foi convidado. A rua Aquibaban tem aproximadamente 40 propriedades (outras quatro fazem esquina com as ruas XV e Otto Boehm), mas também tem aproximadamente 90 propriedades na área de influência. A rua divide os bairros América e Glória e tem como característica ser uma região exclusivamente residencial unifamiliar e com algumas atividades vinculadas ao comércio de vizinhança.

Segundo foi possível constatar na audiência, o projeto foi motivado por três proprietários/empreendedores (não moradores) que organizaram o abaixo asinado e que, por coincidência, tem fortes ligações partidárias com membros da Comissão de Urbanismo da Câmara de Vereadores de Joinville.

O projeto de lei, embora apócrifo, expôs  entusiastas em favor das mudanças e do "desenvolvimento de Joinville". As manifestações na audiência, possibilitaram identifcar as partes interessadas, contra e a favor das mudanças pretendidas.

Tivemos uma eloquente manifestação de um dos vereadores presentes a Audiência, na abertura, defendendo a legalidade do projeto (consta que até aquele momento ninguém havia questionado o projeto de lei), mas de tão eloquente a propalada "legalidade" entrou em check. Foi  um discurso de pouca consistência, truncado, sem nexo, que não apresentou qualquer justificativa concreta, nem as consequencias positivas e negativas da proposta.

Outros discursos foram em defesa da manutenção do atual status da rua, pautados na tranquilidade e no direito adquirido de quem ali constriu sua moradia.

Curiosamente, foi citado como motivação do projeto o "abandono" da rua, especialmente dos passeios. No entanto, exatamente em frente a propriedade de um dos requerentes do abaixo assinado, percebe-se o maior de todos os abandonos.

Eis que foi possível tirar uma conclusão do debate intenso, estabelecendo um placar da audiência:

  • Moradores  da rua Aquidaban e adjacências - 9 manifestações contrárias e em defesa do atual modelo de ocupação;
  • Proprietários de terrenos da Aquidaban (a espera de mais valia gratuíta com a mudança de índices urbanísticos): 3 manifestações a favor;
  • Poder Público Municipal - 2 manifestações contrárias a proposta de mudanças - IPPUJ e FUNDEMA;
  • Câmara de Vereadores: 1 verador apócrifo defendendo a legalidade do projeto sem definir se a favor ou contra - 2 vereadores contrários ao projeto de lei; 1 vereador falou muito e não disse nada, sendo impossível saber sua posição - 2 vereadores apócrifos se calaram convenientemente ou covardemente.


terça-feira, 12 de abril de 2011

ESTÃO TIRANDO A ALMA DO MEU BAIRRO.


Alguns bairros de Joinville, vira-e-mexe, estão entre os mais cobiçados da cidade pela sempre gananciosa e inescrupulosa exploração imobiliária. Ou porque refletem de alguma maneira a personalidade de seus habitantes, ou pelo estilo de vida desejável que despertam, ou pela localização e aprazibilidade ou, e quase certamente, por tudo o que foi citado anteriormente somada à voracidade especulativa que não se contenta com o vasto território disponível, convertendo-se num voraz desagregador do tecido urbano. O pretexto único é ganhar dinheiro, nada mais. Boa parte desta ação se deflagra sobre áreas onde existe um patrimônio arquitetônico, ambiental, urbano e histórico mantido ou criado por cidadãos joinvillenses ao longo de 160 anos.

É quase como aquela propaganda de biscoitos: “É fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é mais fresquinho?”

Na lista  entram alguns bairros cujos destaques são o América, o Glória, o Atiradores e Anita Garibaldi. Estas regiões estão sobre forte pressão dos segmentos imobiliários que garimpam imóveis (terrenos e casas) considerados grandes “achados” na cidade de Joinville em que existem herdeiros ou proprietários desinteressados na manutenção que desejam convertê-los em algum dinheiro. Faz-se a opção de compra e venda e o passo seguinte é o convencimento dos nossos planejadores e legisladores de que aquele território é um excelente ponto para empreender, evoluir, "desenvolver a cidade", sem qualquer consulta mais ampla, estudos ou avaliações mais profundas acerca dos reflexos para os que ali habitam. Este engodo sem precedentes tem funcionado com uma eficácia de quase 100% para o desespero daqueles que lutam por uma cidade com maior qualidade de vida ambiental e urbana, uma tarefa que tem se tornado quase impossível - a busca da sustentabilidade preconizada no Plano Diretor.

Quando 70% do público de classe média e média alta querem morar no América, Atiradores, Glória ou Anita Garibaldi, segundo algumas pesquisas do segmento imobiliário, não haverão obstáculos em ocupá-los com prédios. Por quê? Justamente porque são bairros residenciais unifamiliares que desfrutam de um bom ambiente, onde as pessoas podem realizar boa parte das suas atividades a pé, onde existe um comércio de vizinhança sem geração de tráfego intenso, que privilegiam o verde, que ao longo da história construíram na cidade o viver bem, algo muito cobiçável hoje em dia onde o tempo de ir e vir qualquer lugar da cidade a bordo de um veículo motorizado tornou-se cada vez mais expandido.

Não percebem os planejadores e legisladores, os maiores avalistas destes abusos e absurdos, que os argumentos especulativos sobre as atuais atrações serão radicalmente descaracterizados, passando a transformar estes bairros valiosos para o tecido urbano num lugar comum, cheio de carros, caos no trânsito, congestionamentos, desprovidos de verde e das atrações originais. Seguindo o modelo que se impõe na cidade de Joinville, estamos a retirar a alma dos nossos mais tradicionais bairros.

A consequencia da fórmula iposta determina o fim do chamariz original que invariavelmente irá se acabar, mas os bolsos dos empreendedores e incorporadores estarão forrados. Pior de tudo isto é que me dá a impressão de que os responsáveis pelos destinos da cidade se alegram em protagonizar estes conflitos e em excluir o direito daqueles que desejam morar em regiões unicamente residenciais unifamiliares. Eis que me surge a seguinte frase de Adam Smith -  "A ambição universal dos homens é viver colhendo o que nunca plantaram."

segunda-feira, 11 de abril de 2011

UM OLHAR SOBRE A CIDADE

"Fruto da imaginação e do trabalho articulado de muitas pessoas, a cidade é uma obra que desafia a natureza.

Desde a sua origem, como local de cerimonial é na cidade que moram os deuses, capazes de garantir o domínio sobre o território e a gestão da vida coletiva.

Sede de poder e da administração, lugar de criação de símbolos e mitos, não estariam essas características presentes nas grandes cidades hoje?

Na era da eletrônica não seriam seus prédios de vidro e metal os centros de decisão dos destinos de seus habitantes? Os outdoors, os shopping centers e as telas de televisão não seriam os seus novos deuses?

Ao contrário da cidade antiga, cercada e vigiada para defender-se de inimigos externos, a cidade contemporânea se caracteriza pela velocidade da circulação. São fluxos de mercadoria, capital e pessoas em ritmo cada vez mais acelerado, rompendo barreiras, subjugando territórios, destruindo muitas referências do passado, onde os registros foram sendo apagados em nome do progresso.

Nas grandes metrópoles é fácil identificar diferentes espaços: espaços específicos de cada grupo social, espaço de trabalho e moradia e espaços tratados de forma desigual por parte das administrações locais."

Este foi o primeiro texto, de cinco, sobre o tema Cidade, que os alunos do segundo ano do Ensino Médio, do Colégio São Vicente de Paulo (RJ) analisaram antes de saírem pelo Rio de Janeiro exercitando ..."um olhar sobre a cidade".

Nota do blogueiro: A parte grifada deste texto serve como uma luva para Joinville.

FRASES

"Aprender uma cidade é na verdade uma coisa lenta, é preciso saber alguma coisa e precisamos andar distraídos, bem distraídos para reparar nessa alguma coisa..."


Rubem Braga.

domingo, 10 de abril de 2011

MOBILIDADE URBANA EM DEBATE - ACIJ

Dia 24/05, 19h, ACIJ Jovem promove grande Troca de Ideias sobre Mobilidade Urbana, na ACIJ!  Vou lá para conferir e, quem sabe, contribuir.

CONSELHEIROS OU MARIONETES

Lendo as últimas atas e informações sobre o funcionamento do Conselho da Cidade, surge a suspeita de que vários conselheiros, especialmente os nomeados pelo alcáide, estão sendo "marionetados" por alguns importantes e "ïlustres" conselheiros, especialmente nos temas mais importantes para a cidade, levando as decisões para um plano raso, de corte a qualquer oportunidade em direção ao amadurecimento.

Num conselho onde a sociedade sequer tem maioria, triste será o fim das decisões, pois quem as controla tem propósitos muito particulares e isto é fácilmente perceptível em toda vez que a discussão aquece, quando surge a palavra mágica: ,"Não vamos gastar tempo discutindo bobagens.".

Pronto, as marionetes concordam e encerra-se o debate.


QUAIS AS ESTRATÉGIAS PARA JOINVILLE SAIR DO MARASMO?


Renovação urbana é a palavra chave que vem sendo utilizada, já uns bons 25 anos, para mudar os maiores paradigmas da urbanização desordenada. Por conta de eventos específicos (olimpíadas, feiras mundiais, etc), houveram várias experiências bem sucedidas, iniciando uma espécie de corrente que vem mudando para melhor a qualidade e atratividade de muitas cidades ao redor do mundo.

Algumas estratégias são comuns e servem de referências para as quais poderíamos voltar nossos pensamentos, ao invés de unicamente mudar o status de zoneamento e uso do solo do território, sem qualquer conexão nem estratégia legível.

Seguem então aqui algumas sugestões para que os planejadores e conselheiros da Cidade possam se debruçar e estudar, embora eu tenha dúvidas sobre esta disposição:

  • Modernizar as infra-estruturas viárias, ferroviárias, aeroportuárias voltadas à logística e transporte de mercadorias e pessoas;
  • Adotar uma política de renovação urbana com ações coordenadas com os novos sistemas de acessibilidade;
  • Exercer uma ação contínua para melhorar as infra-estruturas de saneamento, aplicar novas matrizes energéticas e de comunicações:
  • Aplicar uma maior generosidade, qualidade e inovação da arquitetura no espaço público;
  • Utilizar os espaços públicos como forma de integração das novas propostas nos tecidos urbanos tornando-os mais envolventes;
  • Disponibilizar novos parques ou espaços verdes para a cidade bem como preservar e porteger suas vulnerabilidades;
  • Criar novas centralidades;
  • Criar uma nova imagem e dinâmica para a cidade através da renovação urbana em áreas com atratividade;
  • Concretizar uma cidade voltada a cultura, lazer e turismo;
  • Adotar a renovação urbana como oportunidade para a reconversão de patrimônio industriabandonado ou subutilizado;
  • Integrar as diversas políticas urbanas numa estratégia urbana mais ampla em espaço e tempo.

É simples? NÃO! Porém,  já estamos mais do que atrasados em protagonizar um novo modelo de desenvolvimento para a cidade e, por conta disto, a Joinville perde infra-estrutura e sofre sua mais depreciativa e triste fase da história.