quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

COMO MEDIR A QUALIDADE DE VIDA?

Qualidade de vida é uma espécie de conceito que muitas vezes parece intangível.

Há muitas formas de entender qualidade de vida, mas a essência tem haver com a saúde física e mental envolvendo padrões de avaliação científicos, mas também relacionados a sensação de bem estar com o meio em que vivemos. Neste contexto poderíamos estabelecer critérios de diferenciação entre qualidade de vida individual e coletiva.

É muito difícil estabelecer uma nota ou um número para medir qualidade de vida como se faz, por exemplo, no PIB ou no IDH. Porém, mesmo que não haja uma classificação, sabemos que é algo real e concreto.

Existem pesquisas científicas sobre qualidade de vida em nível de especialização como na área da saúde, mas é no viver em cidades, no sentido de coletividade, que o tema toma proporções maiores e mais polêmicas. De um ponto de vista simplista poderíamos avaliar qualidade de vida comparando itens que melhoram e pioram a vida das pessoas. Sabe-se, por exemplo, que o consumo não pode ser classificado como um item que melhora muito a qualidade de vida.

- “Buscar felicidade no consumo é como urinar nas calças para se aquecer num dia frio de inverno. Provê apenas uma breve sensação de calor”, é o que diz o Manifesto pela Política da Felicidade, da organização de pesquisa independente Demos, da Finlândia.

Portanto, muitas vezes não é apenas o dinheiro ou a disponibilidade de recursos financeiros que estabelecem padrões de qualidade de vida. Podemos citar a China, onde algumas cidades experimentam um alto grau de crescimento econômico mas, paralelamente, são as cidades mais poluídas do mundo com altas taxas de mortalidade por doenças respiratórias.

A imensa maioria das pessoas que administram o mundo ignora os conceitos de qualidade de vida na definição de políticas públicas. Em geral, poucos são os governantes ou políticos que entendem, leram trabalhos científicos sobre o assunto ou visitaram cidades que experimentam o estado da arte no desenvolvimento sustentável com objetivo precípuo de melhorar a qualidade de vida coletiva. Em geral, são absolutamente leigos ou ignorantes neste tema, porém são experts em estabelecer e criar impostos, novas forma de receitas e medir o PIB como única fórmula de entender desenvolvimento. È deste entendimento torpe que surgem adjetivos como “pujança”, voltado apenas a valores materiais e financeiros, numa alusão a força e poder que são elementos duvidosos se voltados à qualidade de vida.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

TERRA PROMETIDA


Vivemos numa terra prometida
Que há muito tempo
Deixou de ser oásis
Dela só restam cicatrizes
E nas paredes tatuagens


Nesse deserto sem areia
Injustiça seja feita
A cada dia da ganância
Surge uma nova seita
E da falta de esperança
Aquele que cala e aceita
Se esperar é a questão
Dias melhores não virão
É hora de nós mesmos
Recolhermos os brinquedos do chão


A ameaça não é mais
Só um ataque nuclear
É a política de terra arrasada
Da espécie abençoada
É o instinto de destruição
Moldando o mundo a sua feição

Música: Capital Inicial

Composição: Mark Rossi, Loro Jones & Fê Lemos

UFSC, DUPLICAÇÃO DA BR280, AEROPORTO DE ARAQUARI, HIDROVIA DO CACHOEIRA, PARQUES DE JOINVILLE, PRÉ-SAL...

Todo dia temos uma novidade nos jornais que podem ser classificadas em promessas e mentiras. Toda a promessa recebe holofotes e, toda a mentira vai para o rodapé das páginas dos jornais, mostrando bem como funciona a verba da publicidade governamental. Quem são os protagonistas? Os políticos que elegemos, é claro!

O campus da UFSC na curva do arroz já deveria estar quase concluída, segundo os políticos, aqueles que se atreveram a fazer esta promessas e cuja única certeza até o momento foi a escolha de um local impróprio e a realização de uma desapropriação superfaturada, segundo denúncia do Ministério Público que transita na justiça.  
A duplicação da BR 280 já foi anunciada em vários momentos pré-eleitorais mas, nunca saiu do papel, ou melhor, nem no papel está. A poucos dias um representante do DNIT afirmava, para a imprensa e alguns empresários que as obras iniciariam em março de 2011. Hoje, os jornais anunciaram que a concorrência da obra foi suspensa pelo DNIT sem qualquer explicação ou nova data.
O mega aeroporto de Araquari também foi anunciado. Até decreto de desapropriação foi feito com pompa e circunstância mas, logo em seguida, foi suspenso simplesmente porque o mesmo governo que fez o decreto não dispõe de dinheiro. Até teve candidato a deputado federal que usou o pretenso aeroporto como plataforma de campanha mas, com os votos que conseguiu, sequer conseguiria eleger-se vereador em sua cidade natal.
A hidrovia do Cachoeira gastou o dinheiro público numa estação de passageiros (uma espécie de abrigo de onibus de luxo que custou aos cofres públicos 250 mil reais) e hoje serve somente de morada a indigentes. Com o valor da estação daria para construir 5 aptos do Minha Casa Minha Vida e abrigar descentemente 5 famílias. Gastaram o dinheiro público na dragagem e balizamento de um esgoto a céu aberto que poucos dias após já não mais permitia a passagem de canoas a remo. Fizeram o oba-oba, torraram milhares de reais e, os portagonistas sumiram como por encanto, e não foram de "jetbosta", porque senão encalhava na merda.
Os parques de Joinville são outro exemplo de que no papel e no discurso tudo é lindo e maravilhoso mas na prática nada acontece e, por conta desta incapacidade, inaugurar uma mera reforma de calçada vira a obra do ano.
O que acontece por aqui é um extrato do que acontece no Brasil. Muita promessa e muita mentira que se transforma em plataforma para cooptar votos dos otários que ainda acreditam e são convencidos neste faz-de-conta sem fim. O mais deprimente é que se a mentira for denunciada e persista, será debitada aos inimigos a culpa por ela não se tornar realidade.

E eis que o PRÉ-SAL parece ter mais sal do que petróleo... Então, vamos invetar o carro a sal? Enfim, quem vai ser o culpado pelas mentiras?


domingo, 12 de dezembro de 2010

O Que é Necessário para Dirigir os Destinos de uma Cidade

Um empresário de sucesso no transporte logístico afirma que se ele não tivesse sido caminhoneiro, conhecesse em detalhes o funcionamento e a mecânica do caminhão, a melhor forma de conduzir ou dirigir com segurança bem como as necessidades que os motoristas tem ao longo da sua jornada, certamente não teria o sucesso que tem ao longo de 54 anos da sua empresa.

Hoje, sua empresa dispõe de uma frota com mais de 1.400 caminhões rodando o país mas para isto, além da sua experiência,  necessita de sofisticados sistemas de monitoramento e rastreamento além de estruturas de apoio espalhadas no país.

Os caminhões agregam cada vez mais tecnologia implicando na formação contínua dos profissionais, sejam mecânicos, engenheiros ou motoristas. Não apenas isto, no Brasil o caminhão é o principal meio de transporte das nossas riquezas. No entanto, o cotidiano é difícil e muitas vezes cruel, pois nossas estradas são vergonhosas assim como a grande maioria dos veículos e motoristas, sem manutenção e formação, respectivamente.

Segundo este amigo empresário, o fundamental do seu negócio é, em primeiro lugar, o ser humano e em seguida o equipamento, ter o caminhão em boas condições de segurança. Para isto é necessário muito treinamento e cuidado.

Nenhum dos seus motoristas irá dirigir um caminhão de maior porte e sofisticação sem antes passar pela base do conhecimento dos veículos menores, a mecânica, conhecimentos sobre direção defensiva, geografia das rodovias brasileiras, etc.

Foi justamente ele que disse-me um dia, quando falávamos sobre a política brasileira, que todos os políticos deveriam passar obriatoriamente por estágios de formação demonstrando estarem aptos para chegar aos postos mais altos e de responsabilidade, assim como os motoristas da sua empresa.

Na experiência de vida dele, somente pessoas habilitadas poderiam conduzir veículos mais pesados e sofisticados, ou ainda alcançar cargos de gerência, pois qualquer acidente ou falha gera grandes prejuízos e vítimas.

Levado a pensar nestas considerações vejo que muitos administradores neste país nunca dirigiram qualquer coisa, e acabam por ser responsáveis pela condução dos destinos de cidades, empresas públicas, estados ou mesmo o país. Não é a toa que temos tantos acidentes de percurso, despreparo na condução da coisa pública gerando prejuízos, desperdícios e muitas vítimas, fruto da incapacidade ou falta de experiência.