sábado, 21 de maio de 2011

"Empowerment" (empoderamento) e Planejamento Participativo



Planejamento Participativo: Por que e Para que?

Por Hilda Fadiga de Andrade


Diante dos desafios do mundo de hoje já não se justifica a existência de organizações hierárquicas e verticalizadas; emergem estruturas horizontais com a definição clara de políticas que possibilitem a fluidez das informações, o trabalho em equipe com uma melhor distribuição de responsabilidades e a democratização da tomada de decisões, enfatizando-se a coordenação de ações entre os diferentes setores da organização.

Essa concepção de estrutura da organização se relaciona com o conceito de "Empowerment" (empoderamento) , tão falado, e que na realidade significa: poder com os outros, poder em conexão, poder em relação. Esse conceito nasce de uma proposta de desenvolvimento sinérgico e não hierárquico, que se estabelece através de relações mútuas de poder entre o pensar e o agir, o decidir e o executar, assumindo como principio que a efetividade de um processo está na capacidade de entender que o poder emana da responsabilidade de cada um e não da posição hierárquica que ocupa na organização. Todos têm um nível de responsabilidade, que se transforma em co-responsabilidade na tomada e execução das decisões.

O conceito de empoderamento está relacionado com o de potenciação. Ao exercer o poder de forma cooperativa estou potencializando os demais, ao mesmo tempo que a mim mesmo. Essa interrelação se estabelece a partir da identificação de objetivos comuns e/ou complementares cuja realização se assegurará com a participação de todos os envolvidos no processo, possibilitando uma maior coerência entre o discurso e a prática.

Numa perspectiva de uma metodologia participativa que vise o empoderamento dos parceiros nos mais diferentes níveis, através da atividade de planejamento, podem-se criar as condições de participação para as diferentes instâncias da organização: direção, setores de gestão e execução, entidades mantenedoras ou de cooperação e beneficiários.

A prática do empoderamento no interior da organização potencializa as diferentes habilidades e capacidades, criando condições para uma maior otimização e racionalização dos recursos tanto humanos como materiais e financeiros. Em um nível mais amplo, a articulação com as diferentes instâncias da sociedade permite uma ampliação da capacidade de ação, uma complementariedade de experiências e especialidades, diminuindo custos e permitindo um trabalho com mais qualidade.

O planejamento participativo não dispensa uma coordenação que vai exercer um papel de liderança que é o de articular e catalizar os diferentes interesses e potenciais, no sentido de que cada parte envolvida tenha uma forma de participação nas deliberações e se responsabilize pelos resultados. A liderança é incentivadora, dinamizadora, facilitadora do processo, tendo como principal instrumento a informação e a formação nos mais diferentes níveis.

Trabalhar um processo participativo de planejamento permite:
  • maior consciência sobre a missão da organização;
  • um melhor entendimento da estrutura da organização e da relação do ambiente interno com o contexto social, económico e político;
  • a criação de novos instrumentos de análise e previsão;
  • estabelecimento de critérios para a definição de prioridades e alocação de recursos;
  • formas de aprendizado reciproco;
  • uma melhor compreensão das dificuldades enfrentadas nas diferentes instâncias da organização e maior cooperação entre elas;
  • uma maior cooperação entre as diferentes instâncias no sentido de obter maior eficiência e eficácia, abrindo caminhos para novas formas de gestão, aumentando a capacidade de resposta às demandas tanto internas como externas;
  • uma otimização dos recursos disponíveis, possibilitando uma relação mais positiva entre custos e benefícios, diminuindo o peso dos gastos administrativos;
  • a definição clara de funções e a articulação funcional e operativa entre as diferentes instâncias;
  • uma consciência da globalidade e interdependência entre as diversas actividades.
  • Uma consciência da responsabilidade de cada um na obtenção dos resultados.
O Planejamento participativo permite coordenar idéias, ações, perspectivas e compartilhar preocupações e utopias, em vez de priorizar a conformação de instâncias formais e estáticas.

Não cremos que haja um "modelo" para isso. De acordo com as caracteristicas próprias de cada coletivo, encontrar-se-á o mais adequado. Em todo caso, deve contribuir para maior eficácia, clareza e profundidade no que se faz.


Materiais consultados:

  • Menchú Ajamil - A mulher em posição de liderança e gerência: experiências do norte e do sul.
  • Paulo Roberto Motta - Gestão estratégica
  • Documentos de discussão interna do CEAAL - Conselho de Educação de Adultos da América Latina
  • Angelo Dalmás - Planejamento Participativo na Escola







sexta-feira, 20 de maio de 2011

UM RELATO MUITO PREOCUPANTE

Caros Amabianos

Ontem realizou-se mais uma reunião conjunta das Câmaras Setoriais na ACIJ.

As sugestões da maioria das Câmaras não foram aceitas, bem como as nossas, com destaque para a testada mínima de 12m em substituição a proposta de 8m.

Resta-nos a Reunião do Conselho Consultivo e Deliberativo, (com redução gradativa na participação do nosso representante, candidato a Prefeito) e lá na frente a audiência pública na CVJ, ou seja, cada vez mais difícil.

A perda de paciência está recorrente, inclusive com o expositor e asseclas, principalmente por querer levar a apresentação sem debates, o que é um absurdo. A discussão engrossou ontem.

Por insistência na reunião anterior, pela apresentação dos princípios e diretrizes da mobilidade que nortearam a proposta da nova Lei de Ordenamento Territorial, foi apresentado um material com alguns dados de mobilidade (o material completo com mais de 80 quadros - está no site do IPPUJ -www.ippuj.sc.gov.br, na página do Conselho da Cidade, item Documentos em Análise - item 15)

Destaco 3 quadros sobre a mobilidade em Joinville, em anexo:

Quadro 52 - Observem as viagens de automóveis + motos = 40,49% , enquanto transporte coletivo apenas 24,56%, menor que a pé ou bicicleta com 34,24%.

Quadro 53 - Este padrão de 40,49% se comparado com o Benchmark Brasil para cidades até 500mil habitantes, demonstra um desvio de 37%, amenizado para 10% para a faixa de cidades entre 500 a 1.000 mil (como aponta a seta do autor).

Quadro 56 - A decrescente participação do transporte coletivo em relação a população da cidade é assustador. Já caiu 23% de 2000 para 2010. Informação do apresentador: enquanto Joinville transporta 24,86% da sua população dia, Curitiba transporta 100%.

Aí está Curitiba com suas áreas verdes, zoneamento, transporte e outros destaques mais, para ser copiado, sem pudores, seguindo o principio maior no assunto, conforme Lavoisier. O problema é os brios dos nossos planejadores que não aceitam copiar, sem adaptar, desconfigurar e esculhambar.

Lauri do Nascimento
Presidente da AMABA



Nota do Post.:

A fórmula que o Governo Municipal vem adotando, através do IPPUJ e dos representantes do governo no Conselho da Cidade, em relação ao Plano Diretor é absurdamente autoritária, ferindo todos os princípios que regem o Estatuto das Cidades e a Lei do Plano Diretor de Desenvolovimento Sustentável de Joinville. Quem está responsável pela condução da regulamentação do Plano Diretor não participaou de sua formulação, foi omisso, ausente e, enqunto pode, tentou barrar a participação da sociedade.

Digo mais, o representante do poder público passa a impressão de exercer relações de compromissos com alguns membros do Conselho da Cidade que exercem forte pressão nas reuniões e que apenas desejam preservar interesses privados, sem qualquer compromisso com a cidade e seu futuro ou com políticas públoicas sutentáveis.

Por fim, resta-me uma dúvida se posso configurar as atitudes de alguns membros do Poder Público Municipal no Conselho da Cidade de incompetentes ou carentes de cárater para ocargo que exercem.

É, na minha visão, dentre todas as mazelas que percebemos na condução dos destinos da cidade, a pior herança deste governo, pois o efeito destas atitudes na formulação das leis complementares do Plano Diretor será como a radiação nuclear, não pode ser vista, mas será inexorávelmente fatal para o futuro da sustentabilidade de Joinville.



quinta-feira, 19 de maio de 2011

RODOVIAS - SANTA CATARINA

Quando vou a São Paulo, invejo as rodovias que cortam aquele estado. São modernas, práticas, seguras e, algumas também muito caras, embora sejam poucos os que reclamam. Mas, não existe melhor caminho para o desenvolvimento do que dispor uma infraestrutura bem planejada, executada e posta em operação.

Vários estados brasilieros estão modernizando e ampliando sua malha rodoviária e ferroviária através de parcerias ou concessões (veja o quadro abaixo). Os estados do sul e sudeste lideram a quantidade de rodovias concessionadas, excetuando-se Santa Catarina que dispõe apenas de duas concessões federais, sendo uma da BR 116 que sequer é duplicada e a BR 101 num trecho de 310 km.

Santa Catarina caminha como tartaruga à ré em termos de infraestrutura. Se já não fosse vergonhosa a nossa penúltima posição, em termos de Brasil, no saneamento básico, pouco podemos nos orgulhar das nossas rodovias.

Somos o estado onde estão implantados o maior número de portos, cinco (Itapoá, São Francisco do Sul, Navegantes, Itajaí e Imbituba). Destes, os mais modernos são operados por empresas privadas mediante investimentos próprios, concesões ou arrendamentos. O porto operado pelo Estado é um cabide de vantagens e de alto custo operacional. Chegar a São Francisco do Sul, por sua vez, é um verdadeiro suplício. Imaginar uma logística competitiva com as estradas que dispomos é uma piada.

Chegar ao interior do Estado é outra aventura. Nenhuma estrada é duplicada, nenhuma estrada tem segurança e todas, invariávelmente, sofrem de mazelas em termos de manutenção. A desculpa dos governadores é que a mais importantes estradas são federais. isto é meia verdade ´pois as estradas estaduais são igualmente péssimas.

A bem da verdade, as estradas federais já deveriam ter sido estadulaizadas há muito tempo e, para serem concessionadas, assim como São Paulo onde estão as mais modernas rodovias do país, 95% estaduias sendo boa parte operadas sob regime de concessão.

No Brasil, três estados se destacam em oferecer de uma malha rodoviária em boas condições e, todas estão concessionadas. Uma ressalva ao Rio Grande do Sul, onde as concessões são, na imensa maioria, para estradas não duplicadas. Aí também não dá!

Tudo isto mostra apenas que somos e fomos governados por incompetentes, irresponsáveis e mentirosos. Mostra também que o custo Santa Catarina é um dos maiores do país e, portanto, o mérito da nossa economia ser uma das mais importantes do país está totalmente lestreada no empreendedorismo, que´já se mostra cansado de promessas e dos ônus, deslocando-se paulatinamente para outros estados com maoir infraestrutura, menor custo de produção e maior competitividade.


SE O ÉDEM FOSSE HOJE...

O CAU por SÉRGIO TAPERMAN

O NOSSO CONSELHO PRECISA SER CRAU!!!


Por Sergio Teperman - Artigo escito para a AU

Sabem Israel, aquele país que, embora tenha só o sul, insiste em dizer que lá existem os quatro pontos cardeais?

Uma vez, foi perguntado a um turista norte-americano o que pretendia fazer em sua estada no país. Tendo recebido a resposta de que o homem gostaria de fazer um tour por todo o território, perguntaram-lhe, então, o que pretendia fazer na parte da tarde...

Naquela época, Israel passava por uma horrível crise de economia, com uma inflação desenfreada em razão das despesas de guerra. Uma inflação no nível das famosas inflações brasileiras, com a diferença de que em Israel admitia-se que essa inflação existia mesmo.

Houve, certa vez, um debate famoso no parlamento israelense (não israelita, nem judeu, e que absurdo essa mania de confundir religião com nacionalidade... Se fosse assim, nós não seríamos mais brasileiros; seríamos evangelistas em nossos tristes estádios de futebol, que seriam transformados em superigrejas).

Pois no parlamento de Israel discutia-se a crise econômica do país, quando com o típico humor (agridoce) - aí sim, judeu - um deputado sugeriu: por que não declaramos guerra aos Estados Unidos? Eles jogam meia dúzia de bombas, põem um monte de dinheiro para financiar a guerra, e depois um monte de dinheiro para reconstrução do país e isso resolve a nossa economia. Estava tudo muito bonitinho até que um engraçadinho se levanta e pergunta: ok, mas e se ganharmos a guerra?

É o que acontece agora: de tanto insistirmos, o Lula, no dia de ir embora, joga a bomba do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) em nossas mãos. E nós aí, CRAU!!! Afffirrrmamos com todos os effes e erres, que não sabemos no que vai dar esse presente de grego com que nos contemplaram. Vejo essa questão por dois lados: o lado da sociedade e o lado dos profissionais.

Do lado da sociedade, vem ficando cada vez mais claro que os conselhos profissionais destinam-se a protegê-la, e que só faz efetivamente sentido regulamentar profissões cujo exercício possam em algum momento pôr em risco a vida de seus usuários. Por exemplo, profissionais regulamentados como: médicos, engenheiros, certos setores da ciência, pilotagem de aviões e embarcações etc. Para outras profissões existem proteções, mas não leis que impeçam profissionais não formados de exercê-las.

A arquitetura não se enquadra nessa lista de profissões protegidas, mesmo que alguns mais suscetíveis tenham um ataque.

E, ao ver alguns dos trabalhos dos nossos arquitetos e o valor de alguns projetos de edifícios de apartamentos e de escritórios, tenho certeza tratar-se de um caso de masoquismo.

Temos de ser lúcidos e lembrarmos que jamais ajudaremos a sociedade se não formos devidamente representados pelos nossos conselhos.

Visto do lado dos profissionais, o conselho técnico tem o poder de parar com essas nojentas RTs, que nos denigrem e que distorcem o mercado. Enfim, o conselho poderá ser um BomBril da profissão em todos os sentidos.

O conselho poderá preparar cadastros dos projetistas para instalações, assessoria, concorrências de obras, regulamentar o valor e a cobrança dos honorários, obrigando a todos a respeitar tabelas e contratos, proibir concursos de arquitetura etc. Ou poderia, como fazem hoje, não fazer nada e pagar salários a seus diretores e seus funcionários.

O dono do escritório em que trabalhei em Oslo virou eterno presidente do conselho local e transformou todas as porcentagens em um valor único de 7%, independentemente do tipo de trabalho, complexidade etc. Dizia que os projetos mais fáceis compensavam os outros difíceis e menores em tamanho, para os quais 7% não pagavam o trabalho. John Engh, esse magnífico arquiteto norueguês, projetou a embaixada da Noruega em Brasília (1984) e atuou como arquiteto local da embaixada norte-americana em Oslo (projeto de Eero Saarinen).

John Engh era uma personalidade internacional, capaz de juntar, em sua casa, personalidades como os ganhadores do prêmio Nobel, que todos os anos realizam sua cerimônia em Oslo. Foi assim que conheci, em um jantar, o cientista Linus Paulin e vários outros Nobel (que vergonha de quem não lembro mais o nome).

Mas há um lado em que tenho pensado; é que, além de defender a sociedade, o conselho poderia ser importante na defesa dos seus profissionais no dia a dia.

O conselho poderia ser também como era na Espanha, onde se garante a qualidade do trabalho e a correção do valor do contrato, devendo porém todos os contratos de projetos assinados serem submetidos ao conselho, que verifica o cumprimento de suas obrigações. Em resumo, o conselho praticamente atua como um juiz, na defesa do melhor tanto para o cliente quanto para o profissional.

Assim, a face aparente de protetor da sociedade do CAU requer que sejamos também por ele protegidos.

Havia um diretor de faculdade que dizia que, para ter sucesso, Maquiavel era lúcido e não maquiavélico. Meu caro Lúcio, para ter sucesso precisamos não somente ser lúcidos mas principalmente maquiavélicos.





É NOIS, MANO!

Os ‘livro’ do MEC

Por Guilherme Fiuza

“Nós pega o peixe”, ensina o livro didático de língua portuguesa “Por uma vida melhor”, de Heloísa Ramos.

Mas desse jeito a vida não vai melhorar tão cedo. O governo popular precisa ser mais ousado. Por que não “nós pega o dinheiro”?

Ou “nós faz caixa dois”, ou ainda “nós é companheiro, por isso nós ganha umas boquinha nos governo”.

Aí o português estaria errado. Como se sabe, a partir da norma culta do nosso Delúbio, não existe “caixa dois”, e sim “dinheiro não contabilizado”.

Da mesma forma, os intelectuais do MEC explicam que “nós pega o peixe” não é erro de português, mas “variação lingüística”.

Se o dinheiro pode não ser contabilizado, por que o plural tem que ser?

O Brasil finalmente caminha para a felicidade plena, com essa formidável evolução cultural “progressista”. As variações lingüísticas e as variações éticas vão formando esse novo país igualitário, que nutre orgulhosa simpatia pela ignorância.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, faltou à audiência pública no Senado sobre os livros didáticos. Está coberto de razão.

Se ele se recusa a recolher um texto que ensina os estudantes brasileiros a falarem “os livro”, tem mais é que se recusar a cumprir “os compromisso”.

Depois de explicar que é “claro” que você pode falar “os livro”, a obra “Por uma vida melhor” faz um alerta oportuno: “Mas fique atento, porque você pode ser vítima de preconceito lingüístico”.

Chega de preconceito contra os erros de português. Chega de elitismo. Delúbio tinha razão quando, apanhado operando o mensalão, disse que aquilo era preconceito da direita contra o governo dos pobres.

Da mesma forma, as eventuais críticas à inoperância de Dilma são rechaçadas como preconceito contra a mulher. E é claro que a oficialização da norma “nós pega o peixe” é o triunfo final de Lula, com seu diploma de vítima.

Viva “as novas elite brasileira”. E salve-se quem puder.


Nota do Post:

O que diremos aos nossos filhos, a quem dedicamos boa parte da vida e do esforço (afinal,educar neste país não é barato) para oferecer uma educação voltada a dignidade e ao exercício da cidadania, quando exigimos aplicação para apreender a língua pátria.

O que diremos aos centenários membros da Academia Brasileira de Letras que devem estar se contorcendo em seus túmulos. 

O que diremos aos milhares de professores que, durante muitas horas das suas vidas, dedicaram-se a ensinar crianças e jovens para corretamente expressarem-se na comunicação escrita e falada.

Afinal, qual será o futuro deste país?

segunda-feira, 16 de maio de 2011

PARALELEPÍPEDOS


Na década de oitenta Joinville tinha alguns predicados que eram muito elogiados pelos visitantes que aqui chegavam. Lembro que, certa vez, recebemos um grupo de técnicos do IPHAN, Ministério da Educação e Ministério do Desenvolvimento Urbano que nos visitaram durante quase uma semana para discutir alguns projetos para a cidade. Era a forma que o prefeito Wittich Freitag tinha para gerar uma maior intimidade e compromisso entre os representantes dos organismos federais com a nossa cidade.

Nestas oportunidades, sentiamo-nos ao ouvir citações elogiosas dos ilustres visitantes sobre a limpeza das ruas, das calçadas bem cuidadas, sobre a arborização e o verde do nossos morros ou morrotes e da nossa culinária.  Entre caminhadas no mangue, visitas a área rural e reuniões de trabalho, seguiam almoços ou jantares a base de marreco recheado, tainha assado ou um bom café colonial, onde se alinhavam as diversas parcerias. 

Mas, um dos elogios que sempre vem a mente é quando observo nossas ruas pavimentadas em paralelepípedos que encontram-se abandonadas (Eugênio Moreira, Concórdia e tantas outras) ou cobertas por asfalto. A lembrança se origina por conta de que esta mesma comitiva de técnicos levou para Brasília diversas fotos das ruas de Joinville que serviam de exemplo a ser seguido por outras cidades do país, destacando a preservação do pavimento com paralelepípedos e a sua integração ao ambiente urbano dando um toque especial e diferenciado, seja pelo cuidado, pela boa geometria da pavimentação ou pelo conjunto com a arquitetura e a paisagem.

Perdemos nossos calceteiros e a cantaria, estamos perdendo as ruas pavimentadas há décadas com os paralelepípedos, já que muitas delas estejam encobertos por massa asfáltica ou em péssimo estado de conservação.

Encaminho então uma sugestão, utilizada largamente na Alemanha (a foto é da cidade de Nuremberg), que utiliza o pavimento em paralelepípedos para as áreas de estacionamento, servindo como faixas de permeabilidade e de integração a paisagem.

É só mais uma idéia.

FREIBURG / QUARTIER VAUBAN - CIDADE SUSTENTÁVEL

domingo, 15 de maio de 2011

CANDIDATURAS QUE NASCEM À FÓRCEPS

A política local privou-nos do surgimento de lideranças verdadeiramente comprometidas com os anseios da sociedade.

Para os que já estão para além da meia idade, que puderam contar com as presenças no meio político de Joinville de homens públicos do quilate de Baltazar Buschle, Helmuth Falgater, Pedro Ivo Figueiredo de Campos ou Wittich Freitag, é mais fácil entender como estes senhores criaram uma espécie de jurisprudência administrativa, transformando promessas de palanque em coisas reais e transformadoras.

Hoje é baixa a credibilidade nas novas lideranças políticas que não são mais forjadas no seio das comunidades, e são totalmente voláteis.

Outras nascem à fórceps, das mãos inescrupulosas dos políticos/coronéis ou de empresários comprometidos unicamente com seus interesses para a obtenção ou manutenção de poder.

O monopólio público da estabilidade de emprego, os benefícios e tutela de grandes empresas, os interesses de corporações, a baixa instrução política e o modelo político partidário impedem o surgimento de novas lideranças legitimamente comprometidas com os destinos mais qualitativos da cidade.

O que se vê é uma nova casta de ocupantes de cargos muito próximos das cenas relacionadas ao empreguismo, aos superfaturamentos e manipulações orçamentárias.

Não são lideranças e não podem ser chamados de administradores, pois mesmo que na vida privada tenham algum sucesso, foi na vida pública que construiram imensos e inexplicáveis patrimônios. Assim, o que se prolifera são alguns operários da fraude, sistematicamente enfiados goela a baixo, manobrando e mobilizando a consciência social e coletiva em discursos “midiaticamente” preparados, porém falsos e sem conteúdo prático.

Por enquanto, pouco podemos esperar para o futuro local se continuarmos a não cultivar nossos valores e identidades que fizrema de Joinville uma grande cidade. Deixamos de ser inovadores e passamos a ser politicamente tutelados por quem tem como única intenção deter o poder, não o poder que representa a ferramenta para a obtenção da justiça social e busca da qualidade de vida, mas apenas uma conspiração para obter  interesses para poucos.

FRASES QUE SE ENCAIXAM PARA JOINVILLE

“Sem liderança suficiente, a mudança fica paralisada e vencer num mundo em rápida mudança se torna problemático”

(John Kotter, "Liderando Mudança")