domingo, 23 de janeiro de 2011

NO CAMINHO DAS ÁGUAS


O que devemos fazer para evitar as inundações que ocorrem na cidade?

Em primeiro lugar, precisamos tomar atitudes que sigam na contramão dos desastres. Cada cidadão tem sua parcela de responsabilidade nas causas de uma inundação e, a origem sugere a ganância, falta de respeito às leis e o descuido com a natureza. É necessário conhecer Joinville e saber que no seu território existem 3 bacias hidrográficas: Rio Cubatão, ao Norte; Rio Cachoeira, na área central e; Rio Piraí a Sudoeste.

Cada uma destas bacias tem características próprias e a forma de ocupação determina regimes com conseqüências e riscos distintos. Certo é que quando a água cai do céu ela irá para algum lugar, em geral do ponto mais alto para o mais baixo e, outra parte infiltrará no solo. Neste trajeto são diversas variáveis que irão determinar se os efeitos serão positivos ou negativos. Os negativos serão os mais lembrados e os positivos levados a ignorância.

A história das civilizações urbanas esta intimamente relacionada à ocupação das margens de rios. É simples, todo ser humano necessita de água para viver, para produzir alimentos e insumos, o rio serve como caminho e lixeiro. O uso intensivo e irracional deste recurso nos levou ao ponto em que a água, sempre associada à vida, passou a estar associada à morte, tornando o tema extenso e complexo. Em Joinville, a convivência com chuvas intensas e inundações vem desde a fundação.

O Rio Cachoeira, cuja bacia hoje é totalmente urbanizada, está vinculado ao regime de marés fazendo com que as inundações sejam recorrentes se associadas às chuvas intensas. A medida que a cidade foi adensando, ocupando as calhas e várzeas, o excedente das águas represadas passou a tomar ruas, terrenos, edificações, causando transtornos, prejuízos e, se nos colocamos no caminho das águas, somos responsáveis pelas causas das inundações.

O que fazer então?

Algumas obras como a eliminação do estrangulamento causado pela ponte sobre o Rio Cachoeira na 9 de Março deve reduzir o efeito das inundações na área central, contribuindo ainda com a melhoria da vazão à montante. É necessário impedir a ocupação urbana das áreas de mangues e várzeas. È necessário coragem e remover as ocupações em áreas de risco ou de preservação permanente, deslocando-as para áreas seguras dotadas de infra-estrutura. Outras sugestões que podem evitar ou minimizar as enchentes são:

- Limpar de forma constante a calha dos rios e sistemas de drenagem urbana, que devem estar dimensionadas para receber vazões extremas;

- Recuperar as matas ciliares, implantar sistemas amortecimento e retenção, construir represas e outros dispositivos que regulem o regime de vazão das águas;

- O plano diretor do município deve proibir a ocupação nas áreas de risco, tornando-as de preservação permanente, para fins de agricultura ou reflorestamentos;

- Nascentes, cabeceiras, margem dos rios e encostas devem ser desocupadas e transformadas em parques, vias ou áreas de preservação;

- Edifícios históricos em áreas de risco devem ser protegidos com dispositivos que permitam a sua integridade, mesmo em situações extremas;

- É necessário o mapeamento das áreas de risco e um Plano de Contingência e Emergência que estabeleça ações preventivas e rotinas para ações rápidas a preservação da vida e do patrimônio quando da ocorrência de eventos naturais extremos.

Seguindo estes princípios, teremos menos vítimas, menores prejuízos econômicos e menores danos ambientais.

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