sexta-feira, 24 de setembro de 2010

PISCINÕES DE JOINVILLE

A notícia que surge hoje são as obras dos piscinões no centro de Joinville. Um deles estaria localizado num terreno atrás da SDR e, o outro numa área atrás do Tanenhof. Antes de fazer  minhas considerações sobre a solução, vou deixar aqui um desabafo. Dias destes fui enquadrado por um integrante do governo municipal como sendo um daqueles que pensam - "quanto pior melhor". Nem nos momentos de maior desânimo e ira pensaria em querer mal a minha cidade almejando coisas ruins, Na realidade sempre almejo dos governantes soluções eficazes, sensatas e bem estruturadas. As minhas críticas, sugetões ou impressões terão sempre o propósito de buscar soluções mais duradouras, menos cosméticas e com os menores riscos futuros. Pois bem, hoje no jornal Notícias do Dia surge uma informação importante mas também preocupante. A notícia afirma que a "Prefeitura começa a planejar uma grande obra para conter as inundações na região central, na área de abrangência da sub-bacia do rio Mathias". Até aí tudo bem!

A mesma notícia dá conta de que as obras de reurbanização das rua XV de Novembro, as ainda não iniciadas da rua 9 de Março, deverão interromper????. Por consequencia, se o desenho no jornal estiver correto, as obras??? da Via Gastronômica também irão paralizar. Putz! E eu é que sou o cara que propaga o "quanto pior melhor"?

Para que os nossos experts em planejamento saibam, no subleito da rua 9 de Março, a aproximadamente 4,5 metros de profundidade, está implantada uma grande rede coletora de esgotos que segue até a estação elevatória, ali no final da Praça Dario Salles, bem na frente do paço municipal e, o mesmo ocorre com a rua XV de Novembro. Não quero ser pessimista, mas esta obra pretendida está entre o impossível ou improvável, a não ser que queiramos gastar muito, mas muito dinheiro público.

A solução de uma galeria "by pass" já havia sido pensada há muitos anos conectando o rio Mathias na Luiz Niemeyer indo até a Jeronimo Coelho, utilizando a praça Nereu Ramos, o terreno do antigo clube Cruzeiro e o próprio leito das vias para servirem de bacia de contenção ou retardamento, sem com isto retirar as grandes redes coletoras de esgoto. A vantagem adicional seria colocar a descarga no Cachoeira após a ponte do Tênis Clube, uma ponte que necessita ser demolida e reconstruída com vão livre de 40 metros. A mudança da ponte reduzirá em 40 cm do nível das águas na área central nos dias de enchentes, quando combinado chuvas e marés, anulando boa parte do problema.

Outro aspecto importante é que o desenho exposto no jornal de uma galeria sob a rua Otto Boehm sugere outra obra improvável ou daquelas que irão consumir muito dinheiro. No ponto mais crítico da obra a escavação será de, no mínimo, 9 metros de profundidade e  isto significará um custo absurdo. O correto seria fazer com que os proprietários e imóveis sobre o rio Mathias corrijam aquilo que criaram, ou seja, eliminar os estrangulamentos e ocupações irregulares aprovadas pelo poder público como vem sendo feito em muitas cidades do Brasil. Seria mais barato e mais justificável. Mesmo ali existem outras soluções mais baratas como por exemplo uma galeira "by pass" na João Theiss com a Fernando de Noronha que resolveria outra parte do problema e, a partir daí,  exigir a retificação do leito por quem se utilizou dele indevidamente além de não mais conceder alvarás para quem tampa e ocupa o rio Mathias como está sendo feito na rua Aquidaban por um proprietário a olhos vistos da Fundema e com o alvará da SEINFRA.

Outro aspecto muito importante é que as bacias de retenção ao nível do mar (a reportagem cita que um dos complicadores da obra é o lençol freático a menos de 1,2 metros, ou seja praticamente o nível do mar) são muito ineficientes ou extremamente onerosas e, como afirmam nossos técnicos, servem para a Holanda, Barcelona ou Le Havre, mas não num país pobre como o nosso. As soluções mais reconhecidas e sustentáveis tem como princípio buscar melhorar a capacidade de escoamento  nas vazantes, reduzir  estrangulamentos, ampliar o leito natural e implantar obras de mitigação. Por fim, o leito do Cachoeira necessita ser dragado e mantido em boas condições de escoamento, ação que não ocorre desde o governo Freitag quando este rio foi alargado de 18 para 35 metros de largura.

Se não der certo, a próxima tentativa será a construção da arca de Noé que ficará atracada na estação do Jetboat, Megaboat, ou sei lá como chama o tal barco que sumiu daqui.

Eu torço por Joinville, mas o time que está jogando simplesmente não ajuda.

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