terça-feira, 28 de setembro de 2010

REQUALIFICAÇÃO URBANA

Por António Cipriano da Silva (*)

(...) O crescimento das cidades não foi devidamente acompanhado por mecanismos de planejamento urbano. Os resultados foram subúrbios desordenados, feios, sem espaços verdes ou acessibilidades, com poucos ou nenhuns serviços sociais. Ao invés, os centros das grandes urbes foram-se sistematicamente desertificando, sendo hoje por norma apenas habitados por populações idosas de baixos recursos. Gradualmente um sem número de edifícios, muitos com valor histórico e arquitetônico, foram-se deteriorando, contribuindo para centros urbanos envelhecidos, abandonados e degradados.

Compete aos poderes públicos contribuírem para a modificação deste cenário. O paradigma deixou de ser a construção e aprovação de novos empreendimentos urbanísticos, para passar à requalificação urbana. Num primeiro plano, os poderes públicos devem constituir equipamentos pluridisciplinares que “pensem a cidade” enquanto espaço de história, sentimentos e vivência humana, delineando uma estratégia de requalificação urbana assentada em três eixos: requalificação dos espaços públicos (praças, monumentos), requalificação dos edifícios municipais; requalificação dos edifícios privados por via da concretização de incentivos financeiros e fiscais.

Obviamente que tal estratégia implica elevados recursos financeiros, devendo a sociedade civil sensibilizar as autoridades para a necessidade da promoção de políticas centrais de requalificação urbana. Os municípios, enquanto agentes políticos que melhor compreendem os sentimentos e necessidades das nossas cidades devem se sensibilizar, negociar, cmpreender para esta nova prioridade. Afinal, a valorização e requalificação das nossas cidades é economicamente um instrumento indutor de mais valia melhorando a oferta turística, sendo indiretamente fonte de impostos para os poderes locais e centrais. O processo de requalificação urbana com sucesso, só será possível graças a um envolvimento de toda a sociedade civil.

(...) Há a necessidade, do meu ponto de vista, de criar novos espaços verdes na cidade, de reforçar os equipamentos de saneamento, modernizar o mobiliário urbano, desenvolver novos planos de melhorias, bem como requalificar os bairros históricos. A competitividade das cidades, quer ao nível da atração de novos habitantes, quer ao nível da captação de turistas, implica numa estratégia sistemática de valorização de todo o quadro urbanístico da cidade, de modo a potencializar uma proposta de valor, ancorada na qualidade de vida e no desenvolvimento sustentado.

(*)António Cipriano da Silva nasceu em 1978 em Caldas da Rainha - Portugal. É Licenciado em Gestão pela Universidade de Lisboa, Técnico Oficial de Contas, Consultor de Projetos de Investimentos, membro da Ordem dos Economistas, no Colégio de Especialidade de Gestão Empresarial.

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