segunda-feira, 28 de junho de 2010

SC - A NOVA FACE DA OLIGARQUIA

 “Oligarquia (do grego ολιγαρχία, de oligoi, poucos, e arche, governo) significa, literalmente, governo de poucos. No entanto, como aristocracia significa, também, governo de poucos – porém, os melhores -, tem-se, por oligarquia, o governo de poucos em benefício próprio, com amparo na riqueza pecuniária."

Quem bradou contra as oligarquias em 2002 poderia estar junto em 2006 e 2010?

Em 2002 o então prefeito de Joinville Luiz Henrique (PMDB) fez uma campanha massiva contra as oligarquias de Santa Catarina. Vociferou contra Jorge Konder Bornhausen, o mais legítimo representante das oligarquias que se perenizavam no poder, prometendo eliminar este grupo do poder. Naquela eleição, tinha, teve e ainda tem no ex-governador Esperidião Amim seu maior inimigo político, muito mais por uma questão de currículo, do que por diferenças ideológicas. Mas não se engane, isto só permanece por causa de um superego, talvez até uma doença, que o faz pactuar com o quem quer que seja para garantir o poder. Se em algum momento Amim vier a ser importante aliado para sua saga pelo poder, ele será "companheiro" como é hoje Jorge Bornhausen

Um breve histórico recente nos mostra que isto é absolutamente verdade. Em 2002 LHS subiu no palanque dos petistas, apoiando Lula no segundo turno e, acabou vencendo Esperidião Amim com uma diferença de apenas 20 mil votos. Em 2004, o panorama foi outro, Jorge Bornhausen (o representante das oligarquias) já estava postado como o mais importante aliado de Luiz Henrique, com quem dividiu o palanque e ainda trouxe Leonel Pavan para vice, apoiando o PSBD de Fernando Henrique, Alckimin e Serra para presidência. Chegamos a 2010 e Luiz Henrique deslocou o PMDB catarinense para a direita, aliando-se definitivamente às oligarquias de primeira hora, o DEM de Bornhausen, postando-se também no apoio à candidatura neoliberal de Serra para o governo federal, como uma alternativa, imaginam alguns, de ocupar algum posto de destaque, já que o PT não lhe abriria esta alternativa.

Em Santa Catarina, as vitórias do PMDB históricamente se deram com o apoio dos partidos de esquerda e do chamado campo democrático-popular. Até 2002, este quadro evidenciou a necessidade de derrota das forças políticas conservadoras oligárquicas, capitaneadas pelo senador catarinense Jorge Bornhausen (DEM) e a nova direita neoliberal comandada pelo Senador Leonel Pavan (PSDB). Não seria tão simples assim para se manter no poder. Luiz Henrique rasgou discursos, traiu eleitores e partidários, desmontou o PMDB em várias cidades, dentre as quais Joinville, seu mais importante reduto, para garantir-se o poder.

Escancara um perfil próprio, demonstrando pensar de forma obsessiva em nunca perder uma eleição, apesar de já ter amargado a derrota para Wittich Freitag. Para isso trabalha incansavelmente nos bastidores, em pactos que nunca serão expostos para os seus correligionários de partido. Aquilo que ele chama de poli-aliança é apenas uma artifício para defenestrar seus inimigos dentro do próprio partido, garantindo-lhe uma vaga no senado, ignorando a história do PMDB em Santa Catarina.

O saudoso ex-prefeito de Joinville e ex-governador de Santa Catarina, Pedro Ivo CAMPOS, se ainda vivo, jamais concordaria com este rumo.  O PMDB de Santa Catarina morreu neste último final de semana.

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