quinta-feira, 8 de julho de 2010

DOWNSIZING

Em qualquer empresa, independente do tamanho e com as tecnologias disponíveis, calcular uma folha de pagamento pode ser feito por uma ou duas pessoas, apenas acionando uma tecla num computador, com um tempo menor e com maior qualidade do que nos tempos das calculadoras. Extrapolar limites da folha de pagamento pode ser considerado uma falha grave em qualquer empresa, instituição privada ou pública, porque o resultado será a redução de recursos para áreas estratégicas. Dentro dos conceitos da administração moderna e com o desenvolvimento da tecnologia, as equipes de trabalho aumentam seu rendimento para manter a competitividade e, quando o custo da folha ultrapassa os limites de razoabilidade, muitas empresas passam a aplicar a teoria do Downsizing.

O Downsizing é uma técnica que visa eliminar a burocracia entre níveis hierárquicos, organizando as estruturas de modo a torná-las mais eficientes. No português claro, é a horizontalização das estruturas hierárquicas, que leva na maioria das vezes a muitas demissões, eliminação das duplicidades, exclusão de cargos e redução do empreguismo quando aplicado no serviço público. Muitas Prefeituras deveriam colocar em prática esta técnica, pois não há mais como o contribuinte assumir os custos dos excessos e do empreguismo.

Quando numa empresa a folha de pagamento chega ao patamar dos 15%, soa o alarme e, se não forem tomadas medidas imediatas, é problema certo. No município, segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, o limite de pagamento a funcionários não pode ultrapassar 60% da RCL, sendo que 54% é destinado a folha da prefeitura e 6% para a Câmara Municipal. Quando este patamar é atingido, não sobram recursos para investimentos, pois o saldo é consumido pelo custeio da máquina pública.

Joinville chegou a este limite, segundo afirmam algumas fontes. Não seria a hora certa de aplicar a teoria do downsizing na Prefeitura de Joinville? Claro! Mas é necessário uma decisão política para erradicar cargos, estruturas desnecessárias, funções concorrentes ou em sombreamento. Arrisco a dizer que mais de 40% dos cargos em confiança da Prefeitura de Joinville são totalmente dispensáveis e, outros 20% dos cargos ocupados por servidores também são dispensáveis pela baixa produtividade.

O problema é que não existe qualquer interesse em aplicar a teoria do downsizing aqui. A Prefeitura de Joinville está inflada de gente desnecessária, improdutiva e ineficaz. As informações entre níveis são lentas ou inexistem, assim como os resultados. A classe política que aninha amigos, parentes e abocanha cargos reage ferozmente, não raramente utilizando os sindicatos e meios de comunicação, a qualquer tentativa de enxugar a máquina, especialmente em ano de eleição. Como resultado temos cidadãos inconformados, impotentes e contribuintes infelizes.

Não se percebe qualquer trabalho de inovação e motivação para consolidar uma cultura organizacional de eficiência que vise o comprometimento de todos. Não existem campanhas de informação nem qualquer relação com a sociedade que exponha os motivos ou ações de governo, salvo as propagandas políticas. Falta transparência e respeito ao cidadão contribuinte e ao servidor, distanciando-os cada vez mais da administração.

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