domingo, 13 de março de 2011

PRÊMIO AOS CAVALOS PARAGUAIOS


Joinville há muito desleixou na colocação de pessoas capacitadas e experientes para ocuparem os quadros públicos em posições de relevância. O número de profissionais aptos e experientes que trabalham na administração pública é muito escasso e, quando existem, estão em funções de pouco destaque e de poder diminuto.

A maioria dos cargos públicos importantes são ocupados não por credenciais profissionais ou por gestores natos e reconhecidos, mas por indicação política e, não raramente, estes apadrinhados assumem uma postura arrogante e centralista.

Estes senhores, funcionários do público, deveriam assumir suas funções legais munidos de um curriculo que os permitissem exercer as funções a que foram chamados, postando-se éticos para com a sociedade, afinal a função a ser exercida deverá ter como princípio a gestão de recursos públicos que são nossos.

Mas o princípio das nomeações vem únicamente pelo viés da lealdade a seus padrinhos e não sejamos inocentes, eles irão dar as costas para os problemas importantes da comunidade e voltarão sua particular atenção aos assuntos de importância muito restritas e limitadas. Por isso mesmo é que existem tantas disputas para ocupar vagas de relevância na administração pública que pouco tem haver com ideologias, cartilhas, cartas programática e muito menos com uma agenda de compromissos coerentes e transparentes.

Quanto maior o orçamento da organização pública, maior a disputa e por detrás deste acalorado embate um objetivo se destaca,  a manupilação de recursos públicos, contratos, tráfico de influências, verbas para campanha, talvez até  quireras em contas particulares.

As notícias publicadas do anúncio dos novos “gestores” das companhias municipais, convidados pelo Prefeito, demonstra a pressa em ocupar as vagas deixadas pela ex-companheira e notória prostituta, que abandonou o barco muito resistentemente.

Em circunstâncias normais, este momento político seria um motivo para demonstração de mudança e força do governo, respondendo aos munícipes e, muito especialmente, para os que foram verdadeiros parceiros políticos de um governo que muito prometeu e pouco realizou. As alternativas apresentadas, menos que um ato de esperança, se mostraram toscas, sem vigor, extremamente duvidosas quanto a capacidade de gestão.

Ficam algumas questões que me parecem evidentes:

  • O ocupante da vaga que terá por responsabilidade gerir a companhia de trânsito  foi o principal algoz dentro do partico do atual dono da caneta e, tudo indica que agora lhe ofereceram um lar para desempenhar suas ações políticas. Por conta da fragilidade atual do governo, é de se supor que lhe deram carta branca, sem a necessidade de prestar contas, uma tentativa de namoro com certo grau de risco na conquista;

  • Um convite deste tipo e a sua aceitação me parecem que passam por um frágil reconhecimento interno da desestruturação política do governo (afinal muitos companheiros não reconhecem o novo membro da equipe), passando a impressão que isto é um acordo de última hora que serve apenas para tapar o sol com a peneira;

  • Sendo uma completa unanimidade pública que o presidente do planejamento foi inoperante nas suas funções com a cidade, mostrando-se prepontente e em constante conflito aberto com vários segmentos sociais, a nomeação para a companhia de saneamento parece ter um viés de provocação, colaborando para aumentar a tensão nas relações entre o governo e a sociedade.

  • Sendo conhecido o repúdio a que o doutor em planejamento agrega, conhecendo a sua forma de ser e de fazer, poderão os joinvillenses esperar algo de promissor para o saneamento da cidade?
Em Joinville tornou-se habitual nomear ocuoantes de cargo público sem perfil. Ser gestor ou responsável por conduzir as políticas públicas e ações administrativas virou um mero atributo subjetivo, distante da preocupação em verificar o histórico, ficando a noemação nas raias do ato político e, por conta disto, surgem amadores, iniciantes despreparados e, não raramente, aves de rapina para tarefas públicas importantes.

As recentes nomeações marcam definitivamente a atitude de quem nos governa. Não ter capacidade de coordenar um grupo ou uma equipe jé parecia evidente, mas agora se soma a pressa em ocupar os espaços deixados pela ex-companheira, seguindo uma linha de aglutinar com qualquer coisa. Dificil fazer uma leitura menos trágica do pensamento do comandante deste barco que faz água.

Ao fim, mostra bem o efetivo 'carinho' que o governo nutre pela cidade que o elegeu na linha da esperança. Agora, a curiosidade toma o lugar para saber quando cessarão os desleixos e descasos para começar as obras, as ações efetivas para tirar a Cidade dos Príncipes, da Bicicletas, das Flores e, a Manchester Catarinense do marasmo.

Longe de que estas considerações estejam recheadas de inveja, como pensam muitos, o pensamento mantem-se dentro da linha do desejo para que a cidade assuma outra posição, que seja inovadora, que enfrente os desafios de forma mais eficaz para conquistar um novo modelo de viver com qualidade.

Já se devia ter ido o tempo, mas aparentemente este não é ainda o tempo em que irão acabar os Prémios à Incompetência.

Em tempo uma frase interesante para refletir:

"(...) O incompetente prepotente, para se proteger, tem índole ditatorial. Reage com veemência – por vezes, com violência – diante do contraditório. É avesso à contestação. Contestado, perde o controle. Porque é incompetente, não sabe se explicar de modo convincente. Mas há também os que se escondem por trás do servilismo quando não podem submeter. Ao serem flagrados fazendo algo vergonhoso não raro esquivam-se dizendo que outrem lhes mandou fazer, que estão cumprindo ordens."
 
Viriato Moura


 


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