quarta-feira, 30 de março de 2011

JOINVILLE - TETO ZERO

 

“Mínimos Operacionais” são os limites de usabilidade de um aeródromo de acordo com o tipo de procedimento relativos ao alcance visual da pista e/ou condições de nebulosidade. Ontem, eu e mais 89 pessoas fomos parar em outro aeroporto que não o destino programado – Joinville. Motivo? O aeroporto estava abaixo dos mínimos operacionais, fomos então parar em Navegantes, algo bastante comum desde que este aeroporto foi construído. Há muito não usava Joinville como saída e retorno de viagens aéreas pela falta de confiabilidade, atrasos, cancelamentos e pousos em outras cidades. O problema é que a BR 376 impede uma viagem normal (1:15 hs.) até o aeroporto de São José dos Pinhais/Curitiba.


Ontem, levei 29 minutos nos 14 km que separam minha casa do aeroporto mas, para chegar em tempo, fui usando trajetos alternativos, caso contrário levaria alguns bons minutos a mais. Logo, não apenas os "mínimos operacionais" nos impedem de ter regularidade nas viagens aéreas, temos também que administrar os mínimos operacionais urbanos, que nos impedem de chegar com fluidez ao aeroporto.

Para resolver o problema da inconstância meteorológica de alguns aeroportos, por necessidades de segurança e regularidade operacional, foram projetados  equipamentes de alta tecnologia em navegação de pouso e decolagens, dentre os quais está o ILS - Instrument Landing System.


A pergunta que fica é: o ILS resolverá o problema de ontem com "mínimos operacionais" muito restritivos? Certamente não, pois ontem a condição de visibilidade era inferior a 600 metros e o teto de 400 metros. Esta condição nos exigiria dotar o aeroporto de Joinville  com um ILS na categoria CAT II, reservados apenas aos aeroportos internacionais do país, que operam com mínimos de 400 m de visibilidade e teto de 300 metros. 

O ILS operado na categoria CAT II pode melhorar a regularidade de pousos e decolagem no aeroporto de Joinville, mas não irá resolver a recorrência meteorológica, quase sempre abaixo dos mínimos do CAT I ou, quase sempre nos padrões de "teto zero". Já os mínimos operacionais urbanos estão sem projeto.

Uma visão menos bairrista e com maior práticidade poderia nos levar a negociar com as empresas de aviação um sistema regular de transporte ao aeroporto de Curitiba, mais confiável e com maior diversificação de destinos e conexões, assim como hoje são atendidos os passageiros de Blumenau e Balneário Camboriú, que utilizam o aeroporto de Navegantes, funcionando muito bem e eficientemente. 

Enquanto isto, esperamos pacientemente a vinda do ILS (o equipamento desejado), o aumento da pista (há muito prometida), a implantação de pátios (recentemente anunciada), a ampliação daquela ridícula e desconfortável sala de embarque (mal projetada), a ampliação do estacionamento (mal dimensionada), etc, etc, etc.
 
Poderíamos ainda incluir a duplicação da Av. Santos Dumont, mas aí já é pedir demais.....



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