quarta-feira, 29 de junho de 2011

“ARQUITETOS TRAVAM GUERRA DECLARADA NA CIDADE”


Segundo a última versão oficial (pelo menos foi uma opinião exposta por um membro do alto escalão do governo municipal num evento público), os arquitetos da cidade de Joinville estão travando uma “guerra declarada” pelo direito ou paternidade do desenho ou do planejamento urbano.

Se esta declaração fosse originária de alguém desvinculado do governo, poderia ser levada como um elogio, uma referência positiva na medida em que o debate caloroso e vigoroso é a alma de uma sociedade democrática, mas partindo de quem fez a declaração, certamente a opinião é altamente pejorativa e contida de alta carga demeritória.

Na verdade, penso que a intenção desta declaração foi dirigida a dois ou três “pseudo-especialistas” (assim resolveram designar aqueles que se opõe a fórmula estabelecida pelo urbanismo oficial) que “sem qualquer qualificação” ficam a criticar as ações do governo municipal de Joinville para com o planejamento da cidade.

Não obstante a esta brutal generalização, até porque a grande maioria dos profissionais arquitetos e urbanistas situados na cidade não estão nem aí para o planejamento da cidade, também foram estes profissionais acusados de desmerecer uma advogada, no caso a atual presidente da Fundação Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville.

Outro equívoco, pois quem se manifestou formalmente pela nomeação de um arquiteto urbanista, profissional legalmente habilitado para tratar e se responsabilizar pelas políticas urbanas, foi o Centro de Engenheiros e Arquitetos de Joinville – CEAJ, entidade com 56 anos de existência que carrega em seu extenso histórico a luta pelo reconhecimento dos profissionais que abriga. O CEAJ já havia tomado à mesma posição em outros momentos da política local, inclusive recentemente quando da nomeação do Sr. Geovah Amarante, que embora um político conhecido, não tinha qualquer formação na área. A questão da reivindicação apresentada pela entidade profissional não apenas é normal, correta e histórica, mas primou pelo respeito à s instituições sem desmerecer a capacidade e integridade da pessoa nomeada.

Esta generalização não é apenas um equívoco, mas acima de tudo conspira contra a luta dos arquitetos e urbanistas pelo reconhecimento de suas atribuições técnicas e profissionais adquiridas na academia e no cotidiano para as tarefas de planejar as cidades, sendo agentes necessários de transformação para a qualificação da vida urbana.

O pior deste episódio lamentável é o fato de que o autor desta generalização é um arquiteto e urbanista.

Seria então um reconhecimento a incompetência? Se for, este reconhecimento é de cunho geral ou pessoal? Dificilmente saberemos.



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