sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

TOLO & PALHAÇO, MAS NUNCA OMISSO

Neste último dia primeiro de dezembro, ao chegar na Audiência Pública sobre as mudanças no zoneamento pretendidas pelos vereadores e, o projeto de lei para o Estudo de Vizinhaça, pretendida pelo IPPUJ, encontrei a minha amiga Ingrid Colin Lepper, a quem, nas oficinas do Plano Diretor, apelidei carinhosamente de "Musa do América".

Antes de qualquer conotação vulgar, a musa, na mitologia grega, são entidades a que são atribuidas capacidade de inspirar a criação artística ou científica e, neste sentido, a participação da Ingrid não apenas inspirou-me a ser mais participativo nos temas da minha cidade, mas também a muitos outros amigos que se dispuseram a defender suas idéias sobre Joinville. Ao encontrá-la, e já haviam me antecipado, percebi sua indignação com a minha narrativa entitulada "O América ja Era", postada poucas horas antes do evento neste blog.

Toda a indignação para comigo estava pelo fato de que, ao escrever uma espécie de narrativa, havia feito menção aos "tolos" e "palhaços", dirijida a todos aqueles que se dispunham a ir nas auidências públicas para servirem como massa de manobra dos edis, avalisando avalisando através do instituto da Audiência Pública, as pretenções legislativas nas alterações ou "inovações" legais.

Ela, minha amiga, veementemente me retrucou dizendo que não se considerava palhaça nem sequer tola, ressaltando que nunca foi omissa aos diversos debates e eventos que tratavam de alterar a legislação urbanística no bairro América, especialmente nas inúmeras tentativas de mudanças da zona residencial unifamiliar, as R1. De fato, poucos joinvillenses tiveram tanta disposição e voluntariado a bem de uma causa como a cidadã Ingrid, a qual admiro e respeito e, assim sendo, passo a pedir minhas desculpas se permiti uma compreesão equivocada do meu texto, levando a qualquer demérito ou mau julgamento para com ela e todos os cidadãos que se dispõe voluntariamente (são pouquíssimos) a participar dos debates e audiências públicas sobre a nossa cidade.

De forma absoluta, reitero o meu respeito e admiração aos que se dispõe a esta difícil missão, independente dos interesses, pois nosso país ainda caminha a passos muito curtos no pleno exercício da cidadania.

Minha narrativa foi a de um espectador, alguém que relata e avalia os resultados por conta de um histórico e de situações que se repetem, onde a sociedade se faz presente postulando exaustivamente suas intenções ou causas, por vezes de forma calorosa, não raramente com o vigor e com emoções densas, mas são solenemente ignoradas. A narrativa expõe uma percepção de que, por mais honestas e corretas que sejam os desejos da sociedade, os condutores do processo praticamente as ignoram e, não raramente nos bastidores as ridicularizam, especialmente quando estão a serviço de interesses específicos.

A visão do narrador vem de uma constatação, a de que a platéia não é levada a sério, que apenas serve como finalidade para avalisar atos políticos, numa espécie de "circo". Quando surge a expressão "o circo foi montado" compreendemos como uma forma figurativa de relatar certo acontecimento cuja finalidade é a farsa ou um mal intencionado escambo.

Ao fim da audiência pública do dia 1 de dezembro, onde deixei de lado o papel de narrador para ser participante, ao olhar atentamente nos olhos de quem teve a responsabilidade de conduzir o processo, me senti aquele tolo da narrativa e, sabendo que o resultado já estava premeditado, encarno o palhaço, embora nunca me fizesse omisso.

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