sexta-feira, 20 de agosto de 2010

VIDA LONGA AOS TRENS

VLT faz ressurgir a imagem do trem urbano como meio de transporte eficiente e seguro e vai se espalhar pelo Brasil na próxima década.

Dentre todas as soluções de grande impacto para a mobilidade urbana deste início de século, os simpáticos VLTs (Veículo Rápido sobre Trilhos) parecem ser os mais compatíveis com a realidade das grandes cidades brasileiras. São rápidos, mais seguros além de produzir menos poluição sonora e atmosférica. Apesar de transportar um número inferior de passageiros em relação ao metrô e aos tradicionais trens urbanos, sua implantação é muito mais fácil, dentro dos complicados quadro urbanos das grandes cidades brasileiras. Sua destreza, como por exemplo a maior tangência nas curvas e frenagem mais segura, o apontam como uma boa solução urbana. Bom principalmente para a população, que também deve encontrar preços muito abaixo dos outros sistemas como o de ônibus e o metrô.

No final do ano passado, foi implantada a linha de 14 km entre Crato e Juazeiro do Norte, no Ceará e já está funcionando em fase experimental. A primeira capital brasileira a receber o VLT deve ser Maceió, que já está adaptando sua malha ferroviária urbana, devendo receber a primeira das oito composições já no segundo semestre deste ano. Estão em construção 32 quilômetros de linhas, um investimento de mais de R$ 160 milhões. O veículo deve circular pela cidade já em outubro, segundo a previsão da CBTU, responsável pela operação dos trens urbanos de Maceió, Recife, Belo Horizonte, João Pessoa e Natal. Em 2009 a CBTU transportou nada menos que 111 milhões de passageiros, uma média de 370 mil passageiros por dia.

Recife também já está adaptando os trilhos que cortam a cidade para criar suas linhas de VLT, e já adquiriu 7 trens com três vagões cada, (de um total de 21) que devem operar entre as localidades de Cajueiro e Cabo. Segundo Elionaldo Magalhães, diretor-presidente da CBTU, “o VLT é uma tendência inteligente de transporte urbano. Sua implantação é menos custosa porque estamos utilizando linhas já existentes, que eram da extinta RFFSA e que estavam ociosas, tanto em Maceió, quanto em Recife.”. A CBTU também apóia os projetos de implantação do VLT em Sobral e Fortaleza no Ceará e em São Bernardo do Campo.

Indústria nacional

Um perfil genérico sobre os VLTs que estarão rodando ainda em 2010, apontam que eles se assemelham à ônibus em seuinterior e a um metrô na parte externa. Os veículos adquiridos em Recife e Maceió serão climatizados, em composições que podem ir de 2 a 4 carros a uma velocidade que pode chegar a 80 km/h. Uma composição de três carros transporta cerca de 150 passageiros sentados (mais de 500 no total). “Por ser um sistema ágil e seguro, poderemos aumentar, de imediato, o número de viagens em mais de um terço, o que representa mais rapidez e conforto no dia-a-dia dos aos passageiros.” Aponta o diretor da CBTU.

Um detalhe importante é que a maioria dos VLTs em implantação no Brasil, é produzido pela empresa Bom Sinal, que foi contratada para fabricar as composições utilizadas em Fortaleza (6 veículos com quatro vagões cada, no total de R$ 57 milhões) e Maceió (7 veículos com três vagões cada, no valor de R$ 63 milhões). Por serem mais enxutos que seus similares europeus, chegam a custar pouco mais que a metade do preço de um estrangeiro. A Bom Sinal, que aproveitou uma tendência de transporte que parece irreversível, está recebendo dezenas de solicitações de orçamento de prefeituras de todo o país e já possui dezenas de encomendas.

( Revista Rodovias & Vias – Ano 11 – Número 44 – Mar/Abr – 2010 )

Publicada em: 17/05/2010 por: Revista Rodovias & Vias

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