A cidade de Joinville do século XXI apresenta um novo dinamismo urbano e social, com significado demográfico, que exige novas respostas para configurar o espaço urbano e a própria centralidade. Passamos por um período em que a cidade esta a despovoar-se no seu centro ou em tecidos internos resistentes pela especulação e, a densificar sua periferia ou borda do perímetro urbano. Isto significa que o nosso urbanismo necessita ser conciliado, equacionado e planejado através de conceitos ou modelos de unidades administrativas e funcionais que dialoguem entre si, estabelecendo estratégias comuns que projetem novos usos do solo ou outras relações para o mosaico urbano.
O jogo urbano necessita ser compreendido por todos e potencializado pelas principais funções que coexistem na Cidade – habitar, trabalhar, circular, animar/descansar, higienizar e fortalecer o saneamento ambiental, as quais exigem, antes do reordenamento dos espaços e das formas de utilizá-lo, um novo pensamento urbano voltado a objetivos sustentáveis.
O discurso oficial vem sendo extremamente contraditório na medida em que busca massificar determinadas áreas, sob o título de densificação, ao mesmo tempo em que expande o território urbanizável por sobre áreas frágeis e rurais para atendimento a projetos duvidosos, senão perigosos. Precisamos nos libertar para criar formas não convencionais, novas manifestações estéticas e funcionais que exaltem a nossa singularidade urbana e a particular natureza geográfica que Joinville ocupa. Nossa paisagem urbana é um todo, no conjunto, mas é também um mosaico diversificado, cada vez menos coeso, mais desestruturado e frágil em suas unidades formais e funcionais que se diferenciam pela escala, pelo uso e pela pressão da apropriação privada, menos pelo planejamento-ordenamento pouco reconhecido e autentico.
Joinville - Uma Cidade sem Parques Urbanos
Vou abordar sobre os nossos espaços verdes – morros e jardins – que ainda marcam a cidade, conferindo um relevo e paisagem aparentemente densa e salubre que vem sendo constante e absurdamente reduzidos. Eles são, a bem da verdade, resultado de reservas particulares e remanescentes das áreas de cota 40 protegidas pelo Plano Diretor de 1973. As constantes mudanças no zoneamento e a proposta de macrozoneamento, que cria áreas de transição urbano-rural, colocam em sério risco este patrimônio e o frágil equilíbrio ambiental aqui existente.
Não dispomos de áreas verdes publicas de referência nas suas mais diversas configurações e contextos. Conhecemos a praça e o jardim, lugar aprazível de encontro com uma certa natureza, de recreio e descanso e de pequenas amenidades ambientais. Conhecemos os jardins privados que multiplicaram-se e disseminaram-se pelo tecido urbano por conta de tradições e da natureza dimensional dos terrenos vindos da época da colonização. Porém, não dispomos de nenhum parque com significativa dimensão, cerceando nossa oportunidade de usufruir de espaços verdes valorizados e dimensionados para responder as necessidades primárias de milhares de cidadãos nem tampouco de oferecer relações entre a cidade e a sua periferia, através do encontro da cidade com o campo.
Do ponto de vista técnico, um Parque Urbano é um espaço urbano intencional e planejado que deve oferecer maior extensão qualitativa à urbe e potencializar novas relações entre um ambiente natural e as novas tendências e dinâmicas vividas no meio urbano. Parques Urbanos devem ter uma extensão compreendida entre 10 a 30 hectares e situar-se, no máximo, a 500 metros das áreas urbanizadas residenciais. Num contexto de modernidade o Parque Urbano é, acima de tudo, uma importante unidade no processo de planejamento porque contribui para o equilíbrio do sistema urbano bem como para servir como espaços livres que se prestam a uma utilização menos condicionada, a comportamentos sociais espontâneos e a uma estada descontraída por parte da população.
Tendo como parâmetro as recomendações mais consagradas, considera-se 40 m2 por habitante a área ideal de verde urbano. Logo, se a Cidade de Joinville tem 500 mil habitantes, deveríamos ter nesta década manchas verdes urbanas, em forma de parques, calculadas em cerca de 2.200 hectares ou 22 milhões de metros quadrados. Este é um dos grandes desafios a serem vencidos, pois acumulamos um enorme déficit.
gostei mesmo do seu testo,parabéns.eu só queria que joinville fosse uma cidade metropolitana ja
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