(...) O território não se restringe apenas à uma dimensão política, onde se exerce um poder jurídico de um Estado, consideramos território como um elemento cultural-simbólico de imaginários que unem e separam indivíduos dentro de uma mesma jurisdição política. O território é não apenas a esfera material, antes é um espaço social das experiências vividas pelos distintos grupos sociais, que se manifestam nas organizações espaciais pelas práticas sociais, pois a construção de uma identidade territorial é dada pelas experiências vividas na relação com os lugares.
A modernidade, enquanto sinônimo de sociedade capitalista, é este modo de pensar, transporta-se de um lugar para o outro, definindo a produção de outro tempo e espaço, gerando conflitos de territorialidades. Por exemplo, o processo de consolidação do sistema mundo-moderno colonial construiu a negação dos territórios indígenas e a construção de novas formas, assim, a apropriação dos lugares são regidas por normas orientadas pelo capital.
Nessa sociedade moderna as riquezas das representações sociais são discriminadas e são caracterizados por estereótipos que não pertencem à cultura, suas identidades culturais e formas de relacionamento com o território sendo negligenciados, o diálogo em torno do território permite compreender as múltiplas formas de identidade e significado que são construídos pelos grupos sociais na sua vivência com o espaço.
As representações sociais (normas, valores, crenças), organizam os espaços e, separam os grupos e criam representações de espaços. Sem planejamento e participação social, o processo de construção/destruição de território é permanente, pois a existência humana está marcada pela especificidade e disputa dos grupos sociais onde, geralmente, vencem os mais ricos ou mais fortes.
Texto retirado do trabalho intitulado: MODERNIDADE E CONFLITUALIDADE SOCIOTERRITORIAIS: LEITURAS SOBRE O CONCEITO DE TERRITÓRIO de NAMAN DE MOURA BRITO - Mestre em Geografia pela UFGD
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